A ala do PMDB de Curitiba que é aliada ao governador Beto Richa (PSDB) se reuniu no último sábado e aprovou o que chama de Carta de Curitiba, dirigido ao presidente nacional do partido, Michel Temer. Na prática, o que o grupo quer impedir que o senador Roberto Requião lance o filho – o deputado estadual Maurício Requião Filho – como candidato à sucessão do prefeito Gustavo Fruet (PDT).

Cotação
No PMDB do B há desde quem queira lançar-se candidato próprio, como o ex-deputado Reinhold Stephanes Júnior e o ex-deputado federal Marcelo Almeida, até quem prefira o apoio à candidatura do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB). Até agora, porém, Requião Filho é apontado como o nome com maiores chances para ser o candidato da legenda, até porque entre os pré-candidatos do partido é o que tem as melhores intenções de voto nas pesquisas.

Memória
Cerca de 300 professores e funcionários de escolas participaram no sábado de assembleia da APP Sindicato, no centro de Curitiba, para lembrar os quatro meses do confronto entre manifestantes e policiais, no Centro Cívico, ocorrido no dia 29 de abril. A categoria também lembrou, no ato, outro confronto, ocorrido em 30 de agosto 1988, durante o governo Alvaro Dias, quando a cavalaria e a tropa de choque foi mobilizada contra professores em greve. Na assembleia, eles discutiram as próximas pautas, a começar pela mobilização contra o projeto que muda as regras para as eleições de diretores das escolas. Entre as iniciativas previstas estão paralização no dia da votação e manutenção de atos de recepção ao governador e durante as visitas dos deputados e deputadas da base governista.

Vespeiro
Parlamentares da base do governo na Assembleia confessam, nos bastidores da Casa, não entenderem porque o Executivo insiste na votação do projeto que altera a forma de eleição dos diretores. Eles avaliam que ao insistir na proposta, o governo apenas reascende os conflitos com a categoria, criando um risco desnecessário de desgaste para o Legislativo e para si mesmo. Além disso, passa a imagem perante a opinião pública de que o projeto seria apenas mais uma forma de retaliação contra a APP-Sindicato e o magistério, em razão das greves do primeiro semestre.

Pedágio
A polêmica sobre o pedágio volta à pauta da Assembleia nesta semana, com a votação em segundo turno do projeto do governo que altera a configuração da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar), órgão responsável por fiscalizar contratos de serviços delegados, entre eles as concessões de rodovias. A bancada de oposição apresentou cinco emendas ao projeto do Executivo, entre elas a que prevê que o Conselho Deliberativo seja mantido com as atribuições decisórias, como a de aprovar a metodologia utilizada na fixação, revisão, ajuste e homologação de tarifas. De acordo com a proposta do governo, o conselho deixaria de ter tais atribuições, que passariam a ser exclusividade da diretoria.

Plebiscito
A bancada também defende que a prorrogação da concessão de serviços públicos delegados de infraestrutura, como o pedágio, dependa de prévia autorização da Assembleia Legislativa. O deputado Requião Filho (PMDB), disse que é estranho que as mudanças na Agepar sejam tratadas em um projeto de lei a toque de caixa, justamente no momento em que querem antecipar a prorrogação dos pedágios no Paraná. Poderá uma diretoria indicada pelo governador decidir o futuro do pedágio ou será que devemos discutir amplamente este assunto? Para garantir que haja debate apresentamos a emenda que condiciona a renovação dos contratos à aprovação da Assembleia Legislativa, defendeu.