O presidente do Coritiba, Rogério Portugal Bacellar, afirmou que ficou isolado no comando do clube. O motivo foi a crise política. As divergências entre os dirigentes provocaram a saída de dois vices: Ernesto Pedroso em julho e Ricardo Guerra em maio. Na última sexta-feira, conversas entre funcionários e diretores do clube no Whatsapp foram divulgadas. O conteúdo trazia ofensas a dirigentes do clube, deixando claro uma divisão interna e uma guerra por poder.

Nessa segunda-feira (dia 31), Bacellar desabafou. Sempre fiz uma gestão participativa. Sempre deleguei poderes. Hoje ficou complicado porque não tem para quem delegar, declarou, para a rádio Transamérica. E lamentou a atitude dos funcionários e diretores que participaram das conversas no Whatsapp. Isso é coisa de criança. Coisa de meninos irresponsáveis. É melhor estar sozinho do que mal acompanhado, afirmou.

Bacellar foi eleito em dezembro. O Coritiba era dirigido por um G5, formado pelo presidente e mais quatro vices. Hoje, esse grupo conta também com André Luiz Macias, Gilberto Griebeler e Pierre Boulos. Esses vices foram eleitos e só podem deixar o clube por decisão do Conselho Deliberativo, que tem 200 integrantes. Depende do conselho deliberativo levantar os problemas e decidir, declarou o presidente do clube. Vamos fazer ofício comunicando os fatos e o deliberativo decide, completou Bacellar.

Os dois diretores envolvidos no episódio, Adriano Rattmann (marketing) e Christian Gaziri (patrimônio), foram demitidos por Bacellar. Tivemos que tomar essa posição, apesar do meu bom relacionamento com os dois, afirmou o presidente.

Um dos pontos polêmicos da política interna é a doação de R$ 200 mil do Coritiba para Ricardo Gomyde, candidato à presidência da Federação Paranaense de Futebol nas eleições de março. O Atlético, o Coritiba e o Paraná apoiaram o Gomyde. A campanha precisava de aporte de capital. O Atlético fez o aporte dele. Do Coritiba, quem coordenou foi o André Macias. Ele que pode explicar melhor sobre isso, declarou Bacellar.

Nessa segunda-feira às 19 horas, o Conselho Deliberativo estará reunido para discutir vários temas. Um grupo de torcedores fará uma manifestação no Couto Pereira nesse mesmo horário, com o nome Lava Jato Coxa Branca.

Bacellar afirmou que não há a necessidade de uma Operação Lava Jato no clube. O Coritiba está bem transparente. A auditoria está terminando a primeira parte dos trabalhos. Estão levantando tudo, para não precisar de lava jato, declarou.