MARIANA CARNEIRO BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Mais de 60 réplicas do terremoto que atingiu o Chile na noite desta quarta (16) foram sentidos durante a madrugada. A brasileira Eliana Rigo, que mora em Santiago e trabalha em uma agência de turismo, contou à reportagem que a mais forte delas aconteceu por volta de 1h da manhã. “Tudo balançou. Eu já estava na cama e senti o tranco”, relatou. Eliana contou que, apesar da intensidade e do período prolongado do terremoto (cerca de três minutos), na noite de quarta, a vida volta ao normal em Santiago nesta quinta-feira (17). “O metrô está funcionando, estamos trabalhando, está tudo normal na capital. O problema é a região de La Serena e Coquimbo, onde a água invadiu a casa das pessoas e causou perdas.” A região turística de Coquimbo, a cerca de 300 quilômetros ao norte de Santiago, foi afetada por ondas provocadas por um tsunami, formado após o terremoto. Até o momento, segundo autoridades chilenas, oito pessoas morreram em decorrência do tremor. Cerca de 1 milhão foram retiradas de áreas costeiras entre a noite de quarta e a madrugada desta quinta. O Chile comemora nesta semana as festas pátrias, uma espécie de Carnaval, em que os chilenos tiram a semana toda de folga e viajam pelo país. Com o terremoto, o governo chileno pediu que os moradores avaliem a segurança de seus deslocamentos. A presidente Michele Bachelet suspendeu parte das comemorações e afirmou que viajará, juntamente com ministros, à área mais afetada. A advogada brasileira Selma Baroni, 53, que vive em Santiago há oito anos, contou que dormiu de roupa e preparada para sair, em caso de emergência. “É terrível não sentir estabilidade sob seus pés”, disse. “Só consegui dormir depois das 4h da manhã, não dá para pegar no sono quando sua cama começa a vibrar. As paredes estalam!” Segundo ela, os serviços de eletricidade, telefone e transporte não foram afetados em Santiago. “Em 2010, os supermercados colapsaram, faltou água e comida. A parede do meu apartamento trincou. Dessa vez, Santiago amanheceu normal”, disse, relembrando o tremor de 8,8 seguindo de tsunami que atingiu o país há cinco anos.