MARIANA CARNEIRO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Principal candidato que representa a oposição na Argentina, Mauricio Macri, da coligação Cambiemos (Mudemos), relançou neste sábado (3) a sua campanha presidencial, a pouco mais de 20 dias para a eleição de 25 de outubro.
Em comício em um ginásio em Caballito, bairro de classe média de Buenos Aires, Macri fez críticas ao governo de Cristina Kirchner, a quem acusou de “torpezas” no campo econômico e social.
“Nos tiraram do mercado mundial de trigo, carne e milho sem criar nenhum benefício em troca, somente desemprego e insatisfação”, discursou Macri.
“Vou dizer o que não vou fazer, e o primeiro é não inventar disputas, inimigos sem sentido, porque queremos a Argentina unida.”
Em segundo lugar nas pesquisas, com cerca de 30% das intenções de voto, Macri foi o último, entre os três principais candidatos à presidência da Argentina, a relançar sua campanha eleitoral, após dois meses de intervalo desde as primárias de agosto.
Daniel Scioli, que representa a situação, e Sergio Massa, da coligação Unidos por uma Nova Argentina, fizeram comícios em Buenos Aires há cerca de dez dias.
No evento deste sábado, Macri apareceu ao lado de seus principais aliados: o prefeito eleito da capital, Horácio Rodriguez Larreta, e o presidente da tradicional União Cívica Radical (UCR), Ernesto Sanz.
É a capital Buenos Aires o principal reduto político do presidenciável, que governa a cidade desde 2007. Com a UCR, Macri espera conquistar votos no interior do país, uma vez que seu partido, o PRO, criado após a crise de 2001, não tem capilaridade nas províncias.
PLATEIA ‘VIP’
Nas arquibancadas, militantes com camisas de políticos que comandam subprefeituras da capital balançavam as bandeiras amarelas do PRO.
Economistas, amigos e políticos simpáticos ao candidato da oposição formaram uma plateia “vip”, que assistiu ao discurso mais de perto.
O candidato evitou críticas aos adversários, trabalho que ficou a cargo dos aliados, que discursaram disparando contra Massa e Scioli.
Macri preferiu centrar fogo contra Cristina Kirchner, a quem acusou de exagerar em suas aparições em rede nacional de rádio e TV. Só neste ano, Cristina discursou mais de 40 vezes em cadeia nacional, muitas vezes em atos para promover aliados políticos.
“Quando for presidente não vou falar e falar por cadeia nacional, sem escutar ninguém”, afirmou Macri.