CATIA SEABRA E DÉBORA ALVARES BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Horas depois de ser contemplado com sete ministérios na reforma promovida por Dilma Rousseff, o PMDB ameaçou, nesta segunda-feira (5), votar contra governo numa votação programada para esta terça (6).

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), disse ao secretário de Governo, Ricardo Berzoini, que ele mesmo votaria contra o governo caso fosse a plenário o requerimento de urgência para o projeto sobre o regime de partilha de produção na exploração do pré-sal. O governo não quer que o projeto seja votado. Mas, como o requerimento de urgência estava com votação prevista para esta semana, Picciani disse que não poderia apoiar o governo nessa disputa. O alerta foi feito durante reunião dos partidos da base aliada, no Palácio do Planalto.

A líder do PC do B, Jandira Feghali (RJ), reagiu alegando que essa seria uma desmoralização do Governo.

O projeto apresentado há dois anos altera o sistema de concessões adotado desde 2010. Para contornar o problema, Berzoini pediu que os líderes adiassem a votação do requerimento. Outros projetos, como de regulamentação de profissões, tiveram votação adiada. Segundo participantes, foi adiada a discussão de todos os requerimentos de urgência.

Ainda segundo participantes, esse não foi o único embate na reunião dos líderes, a primeira depois da reforma ministerial. O líder do PSD, Sérgio Rosso (DF), insistiu na convocação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para que vá à Câmara justificar o ajuste fiscal. Recém-empossado na Secretaria de Governo, Berzoini sugeriu que a convocação seja substituída por um convite. Rosso recusou a proposta. Mais uma vez, Jandira, interveio. Segundo participantes, ela afirmou que Levy “é a cara da crise” e sua convocação seria um sinal de “desmantelo”. A discussão também foi adiada.