SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ataques em diferentes pontos da cidade portuária de Áden, no sul do Iêmen, foram atingidos por foguetes nesta terça-feira (6). Foram atingidos bases da coalizão internacional que intervém no país e um hotel que abriga autoridades do governo.
O premiê e vice-presidente, Khaled Bahah, se abrigava no hotel Al Qasr e saiu ileso do ataque. O estabelecimento fica na periferia de Áden e é fortemente protegido pelas forças leais ao governo internacionalmente reconhecido.
Os ataques mataram ao menos 15 soldados da coalizão de países árabes liderada pela Arábia Saudita que, desde março, alveja posições dos rebeldes da facção xiita houthi e de aliados do ex-ditador Ali Abdullah Saleh.
Uma recém-criada filial da facção radical Estado Islâmico no Iêmen reivindicou a autoria das explosões. Em uma conta no twitter, militantes disseram que quatro homens-bomba atacaram tropas do Iêmen, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.
Antes de o grupo assumir a autoria das ações, o governo acreditava se tratar de uma ofensiva dos houthi, que foram expulsos de Áden em julho pelas forças leias ao governo e pelas tropas internacionais.
Os incidentes desta terça-feira representam o maior ataque contra o governo do presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi desde então.
Supostamente apoiados pelo Irã, os houthis iniciaram um levante em setembro de 2014 para ganhar maior influência no Iêmen, opondo-se a um projeto de Constituição que lhes negaria acesso ao mar.
No início do ano, os insurgentes assumiram o controle sobre a capital, Sanaa, e forçaram membros do governo, incluindo Bahah e Hadi, a se exilar na Arábia Saudita por meses. As autoridades se instalaram em Áden há algumas semanas e o presidente pôde fazer uma visita à cidade.
O Iêmen, país mais pobre do Oriente Médio, atravessa uma grave instabilidade política marcada por controle territorial fragmentado entre forças leais ao governo, a milícia houthi e células terroristas como a Al-Qaeda. Há, também, movimentos separatistas no sul do país.