O senador Roberto Requião pode ser candidato único à presidência do PMDB do Paraná, na convenção do partido marcada para o próximo dia 24. O prazo para a inscrição das chapas que vão concorrer ao comando estadual da legenda termina hoje, às 17 horas. O grupo de Requião confirmou ontem que registrará sua chapa às 15 horas, na sede da legenda em Curitiba. Já a ala dissidente, formada por deputados que integram a base do governo Beto Richa (PSDB) e por adversários internos de Requião, como o ex-governador Orlando Pessuti – que havia anunciado a candidatura do deputado federal Sérgio Souza – não havia confirmado até ontem se vai mesmo entrar na disputa. 

Requião pretende assumir o controle do partido para garantir a candidatura de seu filho, o deputado estadual Maurício Requião (PMDB) à prefeitura de Curitiba em 2016. E também para preparar sua própria candidatura ao governo em 2018. E para isso, pretende afastar o PMDB da base do governo Richa, levando a sigla para a oposição.
Há duas semanas – o grupo dissidente anunciou a candidatura de Souza, aliado de Pessuti – para se contrapor ao senador. Mas ontem, nenhum dos líderes do grupo confirmava se a chapa irá mesmo ser confirmada. Em rápido contato telefônico com a reportagem do Bem Paraná, Souza limitou-se a afirmar que quem estaria tratando disso era Pessuti e o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli, além do secretário-geral do PMDB de Curitiba, Doático Santos.
Pessuti e Romanelli, porém, não atenderam aos telefones, nem retornaram os recados. E Doático também afirmou que quem estaria conduzindo as articulações seria o ex-governador e o líder governista.
A convenção vai eleger os 71 membros do Diretório Estadual do PMDB paranaense e a nova Executiva do partido. Desde o início da semana, o grupo requianista já apontava que os dissidentes não teriam conseguido formar uma chapa para concorrer contra o senador e estaria tentando um acordo. Segundo essa versão, os adversários de Requião teriam pedido 20% das vagas do diretório para não apresentar uma chapa, mas a proposta foi rechaçada pelo senador.
De fora – Dois oito deputados da bancada do PMDB na Assembleia, três fazem oposição a Richa e já estão com Requião – além do filho do senador, o líder da bancada, deputado Nereu Moura, e Anibelli Neto. Outros dois que mantém alinhamento ao governo na Assembleia – Ademir Bier e Jonas Guimarães também estão na chapa requianista. Ficam de fora Romanelli, Alexandre Curi e Artagão Júnior – mais próximos ao governo Richa.
Isolamento – Diante do isolamento, Pessuti pode ser obrigado a deixar de vez o partido. No último dia 2, a Comissão de Ética do PMDB decidiu expulsar o ex-governador sob a alegação de que ele infringiu resolução da Executiva que proíbe filiados ao partido ocuparem cargos no governo Richa. Pessuti ocupa o cargo de diretor no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) nomeado pelo governador. Ele reagiu acusando o grupo de Requião de persegui-lo e afirmando que recorreria à Justiça.
Ao mesmo tempo, articulou o lançamento da candidatura de Souza à presidência da legenda, na tentativa de evitar que o senador assuma o controle do PMDB paranaense. A dificuldade de montar uma chapa para concorrer, porém, teria levado o próprio Souza a admitir compor com Requião, ocupando uma vaga de delegado do PMDB estadual à convenção nacional.