A Polícia Federal deflagrou hoje (21) a Operação Afronta, nos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Alagoas e Rondônia. A ação é resultado de investigação para desarticular uma organização criminosa, estruturada para fraudar concursos públicos, notadamente do Poder Judiciário, em todo o território nacional.
A fraude foi detectada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que notou irregularidades no último concurso para os cargos de analista judiciário e técnico judiciário e encaminhou os documentos à PF para instauração de inquérito. Os candidatos suspeitos tinham prestado a prova em Sorocaba. Eles pagam à organização criminosa dez vezes o valor do salário do cargo pretendido, pelas respostas da prova.
Para apoiar os trabalhos investigativos a Polícia Federal usou o S.P.A.D.E., sigla para Sistema de Prospecção e Análise de Desvios em Exames, software desenvolvido pela própria Polícia Federal para subsidiar apurações de fraudes em concursos públicos e exames. O sistema é alimentado com os gabaritos dos candidatos que fizeram a prova e varre as respostas em busca de coincidências,
apontando os candidatos que apresentaram maior número de coincidências nas respostas e indicando se aquelas coincidências eram ou não esperadas. Os relatórios do sistema são encaminhados concomitantemente à perícia, para validação e análise estatística, e a policiais, para que proceda à investigação criminal.
Os investigados responderão de acordo com sua participação, pelos crimes de organização criminosa (art. 1º, § 1º, Lei 12.850/2013) e fraude em certames de interesse público (art. 311-A do Código Penal).
Haverá entrevista coletiva as 11 horas na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, rua Hugo D’Antola, 95, Lapa de Baixo.