Você não precisa tratar da compra de aviões de guerra. Nem ficar mandando recados para inimigos políticos que ficaram em Brasília, para conhecer a Suécia ou brincar de faz de conta que o mundo é belo, esquecer o dito pelo não dito, fugir dos problemas de uam herança maldita, que foi obra sua. Para acreditar em lendas, fadas e duendes, basta organizar uma viagem de Natal para a casa de Papai Noel. Onde o ar ainda é respirável.

Em Rovaniemi, na Finlândia, no meio de casas de madeira, florestas cobertas de neve e grupos de renas, vive um personagem mítico – o Papai Noel. O inverno em Roivaniemi, junto dos lapões, é uma noite quase eterna. Mas é o silêncio de afeta a cabeça dos visitantes, pouco acostumados com o mistério que envolve tudo e todos, provocando uma grande emoção. Aliado ao frio, à grande transparência do ar farão toda diferença em uma viagem de final de ano.

Branca, ultramoderna, a cidade de Rovaniemi foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Reconstruída segundo projeto do grande arquiteto e designer finlandês Alvar Aalto, brilha nos azulejos e decoração do hall da casa Lappia, nas fechaduras das portas, nos bancos, cadeiras e lâmpadas da cidade. Capital administrativa da Laponia finlandesa, os hotéis são imensos e confortáveis, embora impessoais. Quem preferir um ambiente de conto de fadas, deve procurar o charme da região distante alguns quilômetros da capital, lá onde a natureza abre horizontes e estão as fazendas de renas.

Mas claro que a grande atração mítica de Rovaniemi é Papai Noel. Evidentemente que todos sabem que é lá que ele mora, pertinho do círculo polar ártico, em uma linda casa de madeira rústica. De seu escritório, ajudado por vários duendes vestidos de vermelho, usando chapéus pontudos, Papai Noel envia presentes, cartas, mensagens para o mundo todo, e recebe visitiantes. Visitantes que devem estar preparados para um frio de 35º abaixo de zero: camisetas de tecido especial, luvas, meias de lã, gorros e casacos com capuz são indispensáveis cada vez que pensar em botar o nariz para fora dos ambientes quentes das casas e hotéis.

Para as mulheres, uma dica importante: não usem maquilagem nos olhos porque as máscaras congelam e grudam as pálpebras. Óculos são importantes para proteger os olhos do frio intenso. Quem organiza rallyes e caminhadas, geralmente providencia agasalhos suplementares para os menos avisados.

A natureza é a grande paixão dos finlandeses e a floresta é seu terreno de aventuras. É lá que dá para admirar os grupos de renas atravessando caminhos com muita majestade. Quem estiver de carro, precisa também de paciência, para não perturbar o andar calmo dos animais. A escuridão é uma constante, principalmente no inverno. Daí a quantidade de lanternas, velas acesas, luzes até nos caminhos de neve, o que transforma a natureza em uma espécie de presépio gigante.

O grande lance é aproveitar cada clareira, dentro do maior silêncio, perto de uma cabana tradicional feita com toras de madeira, curtindo o ar mais puro do planeta. É a grande comunhão com a natureza. Para maior conforto, há postes elétricos que permitem carregar baterias dos carros, que o frio congela. As pistas de ski ficam iluminadas até tarde da noite e, quando a temperatura fica mais amena, tipo 10º C abaixo de zero, dá para apreciar as silhuetas dos esquiadores deslizando nas encostas cobertas de gelo.

No Grande Norte, as fazendas de renas abertas aos visitantes, são a chance de descobrir mais sobre a vida dos lapões, o trabalho na floresta, , a pesca e os rebanhos de renas deixados livres durante o inverno, onde o transporte possível é o ski-doo (espécie de moto da neve) e o trenó.

É o modo de vida dos lapões que traduz melhor o senso de conforto e a hospitalidade. Uma sopa de salmão estará sempre pronta para acolher ao turista e a sauna, uma prática diária, estará sempre aberta. A entrada principal fica o tempo todo iluminada e as janelas ganham cores amareladas pela luz de pequenas lâmpadas e velas acesas. Geralmente uma coroa de ramos de pinheiro faz enfeite no exterior, porque é tempo de Natal, uma festa para todos, mesmo aqueles que a gente nem conhece. É o sabor da amizade e do convívio, do riso, da festa.

Quando a árvore de Natal é enfeitada pelas crianças, a mesa estará sempre posta com pratos tradicionais: presunto, pães de mel e especiarias, salmão defumado, patês de rena, carne seca e muitas sobremesas. Tudo servido com o famoso glögi, bebida feita com xarope de groselha, mirtilo, canela, cravo da Índia, passas e amêndoas. Ou a sempre presente cerveja.

O turista vai ver que o tempo passa depressa, entre lendas contadas pelos donos da casa, cantos tradicionais, lareira acesa. Os contos de fada se transformam em realidade sempre que acontece a aurora boreal, ou quando a lua é um crescente de prata no céu azul e negro, as estrelas que brilham como em nenhum outro lugar do planeta. O sol, quando aparece, será em tons de rosa pálido, a neve branca imaculada e o silêncio será de ouro, enquanto as árvores imitam castelos.


Se gosta de temperatura abaixo de zero, gosta de lendas e do faz de conta, o caminho é a terra de Papai Noel

O QUE FAZER
-Visitar a vila de Rovaniemi, capital da Laponia finlandesa, reconstruída com projeto de Alvar Aalto.

-Conhecer a casa de Papai Noel, com seus lojas, restaurantes e o escritório do bom velhinho. Os correios recebem os sonhos das crianças do mundo todo, para que possam ser transformados em realidade. O endereço de Papai Noel: Santa’s Claus Post Office, 96930 Artic Circle, Rovaniemi, Finlândia.

– Hotéis como o Sky Hotel Ounasvaara, pendurado em uma colina, com vista especial para a cidade; o Rantasipi Pohjanhovi, bem central e confortável, tem vista para o rio congelado. Restaurante, bar e café movimentam a noite; Arctia Hotel Polar é considerado dos mais bonitos e confortáveis, além de oferecer uma gastronomia de primeira linha. A cadeia Arctia dirige também o Bear’s De, Antro do Urso, distante 20 quilômetros do centro. O lodge em plena natureza tem atendimento típico dos lapões. É o preferido as celebridades internacionais.

PASSEIOS
– As fazendas de renas organizam caminhadas com ski de fundo, passeios em ski-doo, safaris e pesca especial no gelo. Há várias fazendas em torno de Rovaniemi.

-Estação de ski Luosto, distante 120 quilômetros, a mais conhecida. Dá para alugar chalés típicas com sauna para 2 ou 6 pessoas.

– Os melhores restaurantes são os dos hotéis e das fazendas de renas. A carne de rena é prato típico, junto com os peixes, destacando o salmão. Os finlandeses bebem cerveja, muito leite e aquavit, a bebida nacional.

– As compras de lembranças e presentes incluem artesanato local, facas, peças em vidro, peles e acessórios para a festa de Natal. Na casa de Papai Noel, todas as decorações temáticas. Não esquecer de gorros, luvas e casacos típicos, além as belas peças de peles.


Alice no País das Marolinhas adora um país do Faz de Conta

UCRANIA GRÁTIS
No dia 31 de outubro, das 12 às 22 horas, você vai poder ter uma idéia da Ucrânia, no evento programado pela Sociedade Ucraniana do Brasil e o Folclore Barvinok. Culinária típica, feira de artesanato, apresentações folclóricas estão no roteiro do Grupo de Dança e Coral do Folclore Ucraniano Barvinok, Grupo Folclórico Ucraniano Soloveiko (Colônia Marcelino), Trio Poltava (música ucraniana), Escoteiros do Brasil.

Tudo com o apoio do BarBaran, Dnipró Gold Turismo e Representação Central Ucraniano-Brasileira. O endereço é Alameda Stellfeld, 795.

Há mais de 115 anos chegaram ao Brasil os primeiros ucranianos, que se instalaram no Paraná e Santa Catarina. Trouxeram para a paisagem tropical seus costumes, sua cultura e a vontade de trabalhar. Cultivando a terra brasileira, produziram trigo, centeio, milho, além de outros produtos e temperos, contribuindo assim para a criação de novas receitas.

A culinária tradicional teve pequenas adaptações, com o surgimento de novos pratos, junto do famoso e tradicional pierogi. Vodca ucraniana, Hryby Zepetcheni U Soschi (peixe com creme de cogumelos), Zoup Lvivskei (sopa com carne bovina, macarrão caseiro, verduras e cogumelo branco), Porosia Natchinene Galantyn ( leitão recheado com ervas e patê de miúdos de gado e nozes, Chyschka Karpat ( misto de carne bovina e suína, com molho de creme de leite e champignons) passaram a fazer parte da culinária dos bons restaurantes e das casas de família. Na sobremesa, sempre o destaque para o Tchornoslyv Z Horichkami, creme de ameixas pretas com amêndoas.

QUAIS SÃO SEUS PLANOS?
Bom, dizer que o Turismo agora deve ser feito dentro do Brasil, é simpático. Mas você vai para onde? Vai para o Rio Grande do Sul ou Santa Catarina? Carregando colete e bote salva-vidas, ração de sobrevivência e muita coragem para enfrentar enchentes e milhares de trovões ? Agora tudo é parte da temporada.

Pensou no Rio de Janeiro e já providenciou colete contra balas, roupa tipo armadura metálica contra ferimentos de faca ou bala perdida e fez treinamento físico intensivo para correr na hora do arrastão na praia? Ou prefere morrer assado nos incêndios que assolam até a mata amazônica e morrer de sede na falta de água no Nordeste? No final do ano, vai ter coragem de enfrentar as hordas de turistas hermanos muy amigos, que chegarão com os bolsos cheios de dólar para sair da miséria em que estão vivendo e curtir resorts cinco estrelas nas belas praias ensolaradas tupiniquins? E as tarifas, heim? Vai dar para encarar? Fica sobrando Brasília. Mas aí o perigo está nas raposas. Velhas e famintas.


Já pensou para onde vai passar seu Natal?

UM OLHAR DO ALTO
Estragos em 132 cidades, 170 mil pessoas afetadas, 66 municípios em situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Regional, em razão das chuvas que caem há vários dias no Rio Grande do Sul. E em Santa Catarina.

Depois de comparecer a evento em Nova York, depois de andar pela Escandinávia, Dilma Vana Roussef Linhares finalmente sobrevoou por alguns minutos as terras alagadas do Rio Grande do Sul. E prometeu ajuda.

Alice no País das Marolinhas, país que já tem previsto déficit de 70 bilhões de reais só neste 2015 de muito palavrório e nenhuma ação, dá para imaginar o que virá depois, quando baixarem as águas das cidades alagadas, que misturaram esgotos e lixo na correnteza. No fervilhar dos meses de verão, mosquitos da dengue, ratos propagadores de doenças e outras calamidades com certeza farão as manchetes dos jornais e da televisão. Má notícia para quem, já agora, anda sem atendimento médico, sem remédio dos ambulatórios, sem espaço para internações e ainda enfrenta as greves de diferentes órgão públicos, que impedem o aceso ao serviços teoricamente de direito das populações. Remédios amargos são alardeados diariamente como medidas indispensáveis para fazer o país sair da posição de quatro, para uma atitude mais digna. Mas nem os remédios amargos existem para quem está em coma.