Os conflitos entre o Ocidente e o grupo radical autodenominado Estado Islâmico repercute em Curitiba. E da pior maneira. Depois dos atentados em Paris, há 11 dias, duas mulheres mulçumanas moradoras de Curitiba relatam agressões sofridas na rua. Uma delas, foi atingida por uma pedra e outra foi xingada e recebeu uma cusparada.

As ocorrências foram na semana passada, e elas relataram os casos ontem, na Mesquita Mesquita Imam Ali, na Rua Kellers, no Alto São Francisco. A Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná (SBMPR), apoia as duas mulheres e chama a atenção para uma possível onda de islamofobia em Curitiba.

O mesmo acontece na Europa. Os crimes de ódio contra muçulmanos aumentaram 300% no Reino Unido na semana que se seguiu aos atentados de 13 de novembro em Paris, segundo dados divulgados ontem. No Reino Unido, a maioria dos 115 ataques registrados foram contra mulheres e jovens muçulmanas, entre 14 e 45 anos, que se vestiam de acordo com a tradição islâmica, informou o diário The Independent, com base em relatório de um grupo de trabalho interministerial.

As agressões em Curitiba também foram contra mulheres que se vestiam da forma tradicional mulçumana xiita, com véus cobrindo a cabeça. Luciana Velloso foi a que recebeu a pedrada. Ela conta que um homem a viu na rua e simplesmente pegou uma pedra ae atirou contra ela, aertando-lhe a perna. Outra, Paula Zahra, contou que um homem dentro de um ônibus a xingou e cuspiu quando ela passava pela Avenida Sete de Setembro.

As duas mulheres mulçumanas são brasileiras, mesmo assim, ouviram ofensas como se fossem terroristas. O caso será levado para a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e para o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Consepir).