AGUIRRE TALENTO E MÁRCIO FALCÃO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após decretar a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, enviou um ofício à CPI do BNDES pedindo desculpas por inviabilizar o depoimento dele aos parlamentares nesta terça-feira (24).

Bumlai foi preso nesta terça em Brasília, no âmbito da Operação Lava Jato. A prisão dele se insere em um esquema de corrupção e fraude para pagar dívidas da campanha da reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, conforme os depoimentos de delatores e provas que embasaram a decretação da prisão do pecuarista pelo juiz Moro.

Mesmo com a prisão, o presidente da CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), manteve a sessão da comissão para esta tarde com o objetivo de transmitir aos parlamentares as informações dadas por Moro e tentar viabilizar uma nova data para ouvir Bumlai.

Moro disse em seu ofício que “por questões operacionais, que fogem ao controle do juízo, a medida foi implementada na presente data pela Polícia Federal. A efetivação da medida inviabiliza, infelizmente, a oitiva dele” à CPI. “Peço escusas pelo ocorrido”, declarou o juiz, no documento expedido às 8h06 desta terça, após a prisão do empresário.

O ofício informa ainda que Bumlai “estará à disposição” da CPI em caso de uma nova data, mas recomendou que isso não ocorra nesta semana, já que ele acabou de ser preso e ainda deve ser ouvido na Polícia Federal em Curitiba, para onde foi levado. Uma das opções, que está sendo defendida por deputados do PSDB na CPI, é ir a Curitiba ouvi-lo.

O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) disse que pretende apresentar um requerimento para isso e tentar viabilizar sua aprovação nesta sessão. A sessão da CPI com Bumlai também deve servir de palanque para críticas da oposição ao ex-presidente Lula, de quem o pecuarista é amigo. Ele foi convocado para a CPI para falar sobre empréstimos do BNDES à sua empresa de etanol. Sua empresa atualmente encontra-se inadimplente perante o banco.