SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Conhecido por ter bom trânsito no governo e com políticos de vários partidos, André Esteves é um dos banqueiros mais influentes do Brasil. Nascido em 1969 em uma família de classe média do Rio de Janeiro, iniciou sua carreira aos 22 anos como programador de sistemas no Pactual, um dos primeiros bancos de investimento -instituições sem correntistas que se dedicam exclusivamente a grandes negócios- no país. Com perfil agressivo nos negócios, foi alçado ao topo da instituição cedo e se tornou bilionário antes dos 40 anos, com a ambição de se tornar uma lenda do mercado financeiro da estatura de Jorge Paulo Lemann, do fundo 3G. Em 1999, Esteves foi um dos capitães do movimento da ala jovem do Pactual que tirou Luiz César Fernandes do banco. Responsável pela contratação de Esteves, Fernandes foi o último dos quatro fundadores a sair da instituição ao abrir mão de sua participação de 14% três meses depois de ter deixado a presidência. O executivo tinha feito negócios malsucedidos e queria quitar dívidas com bônus a receber, mas sócios mais jovens exigiram suas ações em troca, o que o tirou do negócio. Esteves era um dos donos do Pactual em 2006, quando o banco foi vendido por US$ 3,1 bilhões ao UBS AG, a divisão latino-americana do banco suíço UBS. Em 2008, o banqueiro e um grupo de sócios deixaram o UBS Pactual e estabeleceram um novo banco, o BTG. No ano seguinte, o executivo capitaneou a compra do UBS Pactual pelo BTG. O negócio de US$ 2,5 bilhões, em valores da época, formou o BTG Pactual. Segundo o site da instituição, “com a compra, os sócios que haviam deixado o banco em 2008 se juntaram aos que haviam permanecido na instituição ao longo de todo o período que se seguiu à sua venda para o UBS”. O movimento se aproveitou da fragilidade do sistema financeiro internacional durante o auge da crise global, iniciada em 2008, e foi considerado uma jogada de mestre pelo mercado, o que aumentou o prestígio de Esteves. O executivo esteve à frente de negócios importantes entre o BTG Pactual e o governo, principalmente durante a gestão Lula e no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. Ele surpreendeu o mercado no início de 2011 ao comprar do empresário Silvio Santos o banco PanAmericano, então sob intervenção do Banco Central, tornando-se sócio da Caixa Econômica Federal no negócio. O banqueiro se comprometeu a pagar R$ 450 milhões pelo banco, que tinha um rombo de R$ 4 bilhões e não quebrou graças a empréstimos do Fundo Garantidor de Créditos. A compra marcou a entrada do BTG Pactual no varejo bancário brasileiro. Até então, a atuação do banco era restrita às áreas de atacado (grandes empresas) e investimento. Em um outro negócio recente com o governo, o BTG comprou, em junho de 2013, 50% das operações da Petrobras Oil & Gas na África por US$ 1,5 bilhão. A empresa recebeu o nome fantasia de PetroÁfrica e atua na exploração de petróleo e gás em países africanos.