RUBENS VALENTE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso nesta quarta-feira (25) sob suspeita de obstruir a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, deverá ser ouvido nesta quinta-feira (26) pela Polícia Federal e PGR (Procuradoria Geral da República), mas o horário e o local ainda não estão confirmados.
Delcídio está preso em uma sala administrativa da Superintendência da PF no Distrito Federal, na Asa Sul de Brasília. Se confirmado, o depoimento deve ocorrer na própria superintendência.
O senador seria ouvido ainda nesta quarta pelos investigadores, mas os advogados do parlamentar pediram informalmente um adiamento de 24 horas, a fim de que tomassem conhecimento dos detalhes das provas e da representação assinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que foi acolhida pelo ministro Teori Zavascki e confirmada em votação na segunda turma do STF.
Já foram ouvidos o assessor do senador, Diogo Ferreira Rodrigues, e o banqueiro André Esteves, que está preso na superintendência da PF no Rio. O depoimento de Rodrigues trouxe indícios de que o advogado de Nestor Cerveró esperava ser remunerado pelo senador e pela Petrobras.
No caso de Esteves, sua prisão é de caráter temporário, com prazo máximo de cinco dias. Caso a prisão não seja convertida em preventiva pelo STF, o banqueiro tem chances de ser solto até o início da semana que vem. Por isso, ele não será transferido do Rio para Brasília.
SALA ESPECIAL
O senador passou a primeira noite em uma sala administrativa adaptada desde a segunda-feira (21) para funcionar como cela, na superintendência do DF. Segundo a PF, o senador tem a prerrogativa legal de ser aprisionado em uma sala especial.
Além disso, a superintendência “não tem carceragem, mas apenas algumas celas” atualmente ocupadas por presos em outra operação desencadeada pela PF nesta semana, a Dubai.
A reportagem apurou que na quarta-feira os presos começaram a ser transferidos para o presídio da Papuda.
O assessor de Delcídio, Diogo, está em uma dessas celas.
A PF informou que não fornecerá detalhes relativos ao dia a dia do senador no cárcere, tais como as visitas que ele recebeu de ontem para hoje, o tipo de refeição consumida e seu estado de ânimo. Ontem a PF informou que o senador recebeu a mesma alimentação destinada aos outros presos, mas não soube informar se seus parentes ou advogados lhe levaram outros alimentos, o que é permitido pelas regras do cárcere.
A sala em que Delcídio está não tem banheiro próprio ou chuveiro; ele utiliza o banheiro também à disposição de policiais federais que trabalham no plantão.