THAIS BILENKY
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – Em uma homenagem feita ao banqueiro André Esteves em outubro, Persio Arida elogiou a clareza com que seu sócio no BTG Pactual, preso nesta quarta-feira (25) acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, diferenciava seu dever social de sua missão nos negócios.
“André disse que devemos deixar claro que as empresas não existem para ajudar a humanidade ou para ajudar causas sociais”, contou, em inglês, Arida, na premiação do Wilson Center.
Na definição de Esteves, ainda de acordo com o relato de Arida, “o BTG Pactual, como uma empresa de investimentos, um banco, existe para investir de maneira esperta o dinheiro dos clientes, para maximizar os retornos dos acionistas, para facilitar os negócios e tornar os mercados mais eficientes”.
“Responsabilidade social é, na verdade, uma responsabilidade individual. Como empresário, sou socialmente responsável, e isso é outra história. Estou agindo como um ser humano”, teria dito o banqueiro aos colegas.
“A distinção é muito interessante”, declarou Arida, na ocasião. “É cristalino na mente dele qual é a missão da empresa e a qual é a missão dele como ser humano.”
Esteves, acompanhado da mulher e dos filhos, falou da importância de se “incentivar empresas e empresários no Brasil a darem retornos a suas comunidades, para que, juntos, nós possamos promover a cidadania em nossas sociedades”.
Rubens Ometto, presidente do conselho da Cosan, um dos maiores grupos privados do Brasil, também presente à cerimônia, elogiou Esteves como “empresário e filantropo”.
“Pensar e agir como André pode fazer a diferença. Um empresário com visão é capaz de inspirar as pessoas a ajudarem na construção de uma sociedade melhor”, discursou, também em inglês.
O banqueiro é conhecido pela agressividade nos negócios e pela ascensão meteórica que o levou a construir uma fortuna antes de completar 40 anos de idade.