MARINA DIAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, avisou à presidente Dilma Rousseff que vai deixar o cargo em janeiro.
Segundo a reportagem apurou, apesar de negar publicamente sua saída, a qual classifica de “especulação”, o advogado já conversou com a presidente e auxiliares sobre deixar o posto após seis anos à frente da Advocacia-Geral da União.
Adams assumiu a AGU em outubro de 2009, ainda durante o governo Lula, e é hoje o petista mais antigo na Esplanada dos Ministérios.
Foi dele a responsabilidade de comandar a defesa do governo no TCU (Tribunal de Contas da União) e no Congresso diante das chamadas “pedaladas fiscais”, atraso na transferência do Tesouro a bancos públicos para pagamentos de programas sociais que, segundo a corte, feriram a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A manobra se tornou um dos principais pontos para os entusiastas da abertura de um processo de impeachment contra Dilma e acabou desgastando a imagem de Adams.
Durante o processo, ele teve sérios embates com a própria presidente e com o então ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (hoje na Educação), a respeito de argumentos que constavam da defesa do governo.
Aos 50 anos, Adams foi procurador-geral da Fazenda, secretário-executivo-adjunto do Ministério do Planejamento e o primeiro advogado público de carreira a chefiar a AGU.
Foi, inclusive, cotado por Dilma a assumir uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) no ano passado, após a aposentadoria do então ministro Joaquim Barbosa. A presidente, porém, acabou optando por um nome de fora do governo e nomeou o jurista Luiz Edson Fachin.