Cauã Reymond cavalga no lombo da motocicleta. O sertão não virou mar, como profetizava Glauber Rocha no final de Deus e o Diabo na Terra do Sol, mas com certeza se transformou. Os novos vaqueiros andam de moto, como Cauã em Reza a Lenda, longa de Homero Olivetto que estreou na quinta-feira, dia 21, ou então participam de vaquejadas, mas com o desejo nada secreto de ser estilista, como o Juliano Cazarré de Boi Neon, de Gabriel Mascaro. O sertão da memória ainda existe em algum lugar do imaginário, mas o real, como o Brasil, modernizou-se.

Ao subir na moto, Cauã retoma a estrada de rebeldes clássicos de Hollywood. Marlon Brando em O Selvagem, de Laslo Benedek, Steve McQueen em Fugindo do Inferno, de John Sturges, e claro Dennis Hopper e Peter Fonda em Sem Destino, que o primeiro dirigiu. “Tá me zoando, cara?”, pergunta o astro de Reza a Lenda na entrevista realizada no começo de dezembro, há quase dois meses.