SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar ocidental) anunciou nesta quinta (11) que participará de uma operação naval no mar Egeu visando coibir o contrabando de migrantes vinculado à crise de refugiados na Europa.
A participação da Otan era reclamada por Alemanha, Grécia e Turquia. Segundo uma autoridade alemã ouvida pela agência France Presse, o objetivo da operação é elucidar a situação na costa turca, de onde sai a maioria dos imigrantes ilegais que têm como destino a Europa.
Os navios da Otan ficarão sob comando alemão e trabalharão lado a lado com as guardas costeiras turcas, gregas e da Frontex (organização europeia para defesa das fronteiras).
Segundo o comandante da Otan para a Europa, o general americano Philip Breedlove, a iniciativa não tem como fim deter barcos com refugiados, mas contribuir com informações de inteligência e vigilância para combater o tráfico de pessoas e redes criminosas.
“Existe uma rede criminosa que está explorando essas pobres pessoas, é um tráfico organizado”, disse o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter. Em 2015, mais de 1 milhão de pessoas chegaram à Europa.
INSINUAÇÕES TURCAS
Em pronunciamento a empresários em Ancara, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que as fronteiras do país sofrem com a pressão dos milhares de refugiados sírios que tentam fugir de Aleppo e insinuou que o país poderá transferir essas pessoas a outros países.
“Não tenho a palavra idiota escrita na testa”, disse Erdogan. “Não pensem que temos aviões e ônibus prontos para nada. Faremos o que for necessário”.
O presidente também teria alertado os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu sobre as limitações da Turquia em receber os refugiados sem auxílio financeiro. “Defendemos o direito da Turquia e dos refugiados. Dissemos aos europeus: ‘Sentimos muito, mas abriremos as portas e diremos adeus aos refugiados.’.”
Em 2015, Turquia e Europa firmaram um acordo em que Ancara se comprometia a conter o fluxo de refugiados que viajavam à Europa em troca de ajuda financeira.