SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente francês, François Hollande, nomeou o ex-primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault como ministro das Relações Exteriores, em uma reforma de seu gabinete anunciada nesta quinta-feira (11).
Em cenário único na história moderna da França, um ex-primeiro-ministro está voltando para um outro cargo -ainda que de menor prestígio- durante um mesmo mandato presidencial.
Jean-Marc Ayrault, 66, é membro do Partido Socialista e foi primeiro-ministro de Hollande de 2012 a 2014.
Veterano no partido e considerado uma pessoa trabalhadora e discreta, foi professor de alemão e é tido como importante na condução das relações diplomáticas entre França e Alemanha, que têm papel-chave na União Europeia.
Quando deixou o governo em 2014 para ser substituído por Manuel Valls, sua impopularidade alcançava níveis recorde nas pesquisas de opinião.
A população considera que ele falhou em fomentar a economia francesa e em diminuir o nível de desemprego, além de ser tido como responsável pelo aumento dos impostos.
Desde 2014 legisla na Câmara Baixa do Parlamento francês, a Assembleia Nacional, posição que já tinha ocupado entre 1986 e 2012.
Ayrault substitui o chanceler Laurent Fabius, que ajudou a fechar o acordo climático no ano passado em Paris e desempenhou papel fundamental nas negociações para acordo nuclear com o Irã.
Fabius irá ocupar o cargo de Chefe do Conselho Constitucional, a corte máxima francesa, que garante que a legislação esteja de acordo com a Constituição.
Alguns partidos ambientalistas estão se juntando ao governo na tentativa de acalmar tensões com o campo partidário de Hollande com vistas às eleições presidenciais, que ocorrerão no ano que vem.
Outros cargos de liderança no ministério foram mantidos, incluindo o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, o ministro das Finanças, Michel Sapin, e o ministro da Economia, Emmanuel Macron.
Líder do partido ecologista EELV (Europe Écologie Les Verts), Emmanuelle Cosse ficou com o Ministério da Habitação. Membros do “Ecologists!”, outro partido ambientalista, também terão secretários no governo.
A ministra da Cultura, Fleur Pellerin, será substituída por Audrey Azoulay, que antes ocupava o cargo de conselheira da cultura e comunicação no governo Hollande.
O gabinete presidencial também destacou que a nomeação de uma secretária com a função de “ajudar vítimas”, Juliette Meadel, é decorrente dos ataques à Paris no ano passado.
O governo francês agora conta com 18 ministros e 20 secretários.