WALTER PORTO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No último dia oficial de blocos de Carnaval em São Paulo, os foliões da cidade não parecem ter desanimado –pelo contrário. Sob o sol forte do meio dia, milhares de jovens se reuniam na avenida Faria Lima no Bloco Vou de Táxi.
O público é formado principalmente por universitários procurando extrair o máximo do pós-Carnaval.
“Estive no Carnaval inteiro, aí de quarta a sexta foi meio morto. Hoje tô aqui pra acabar o Carnaval direito”, diz Karina Melo, 19, que faz engenharia na Uninove e não parece preocupada com o começo das aulas nesta segunda. Ela, que já foi fantasiada de sereia e de gata em outros blocos, hoje ostenta o chifre e o cabelo prateado de um unicórnio.
O clima é de uma balada ao ar livre. O ator Ygor Thauan, 19, conta que veio para o bloco direto depois de passar a noite numa festa.
“Estamos aqui pra conhecer mais gente, hétero, homo, bi, tudo”, diz ele, que pouco antes requebrava ao som de axé em cima do carro de som. “O Carnaval acabou, mas não acabou, né?”
O carro ocupa uma das vias no encontro da avenida Pedroso de Morais com a avenida Brigadeiro Faria Lima, tocando de sucessos do ritmo baiano a rock nacional, passando por funk do começo dos anos 2000. A proposta é trazer para a multidão de vinte e poucos anos músicas dos anos 90, infância da maioria deles –a começar pelo sucesso de Angélica que dá nome ao bloco.
Muita gente veio ao Vou de Táxi a caráter, de camiseta amarela ou boina de motorista. E quem não veio pode comprar de dezenas de ambulantes uma tiara com sinal de táxi por dez reais (mesmo preço da coroa de flores, também abundante).
No menu, além de cerveja, os foliões podem beber a onipresente catuaba e itens mais elaborados, como vodca com energético e suco de cranberry (a dez reais). Há boa oferta de banheiros químicos. Estacionamentos da região aproveitam também para oferecer banheiros a R$ 5.
A concentração estava marcada para as 10h, e três horas depois o bloco reunia 5.000 pessoas (estimativa da PM).