NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A direção da Petrobras vai propor aos empregados uma alteração na fórmula de cálculo da participação nos lucros, instituindo metas financeiras para distribuição do benefício.
A fórmula atual considera apenas metas operacionais, o que levou a estatal a distribuir R$ 1,04 bilhão em 2015, mesmo que tenha registrado prejuízo de R$ 21,587 bilhões no ano anterior.
A reportagem apurou, porém, que a proposta de mudança enfrentará resistência dos sindicatos de trabalhadores da companhia.
O cálculo da participação nos lucros foi estabelecido em acordo assinado em 2014, que tem duração de cinco anos.
Considera o cumprimento de metas operacionais, como crescimento e custo da produção de petróleo, volume de óleo refinado, eficiência das operações de navios e gasodutos e indicadores de vazamentos.
O modelo proposto pela diretoria mantém as metas operacionais, como custo de extração do petróleo, crescimento da produção e índices de vazamentos, mas com peso menor.
E institui a avaliação de indicadores financeiros, como margem de lucro, despesas operacionais gerenciáveis e metas de desinvestimento, que terão maior peso.
A mudança no cálculo, porém, depende ainda de aprovação do conselho de administração e de negociação com os empregados.
A medida é bem vista pelo conselho de administração, que defende a adequação do processo de bonificação da estatal a parâmetros de empresas privadas.
Em 2016, não será paga a participação nos lucros porque não foram atingidas a totalidade das metas.