RANIER BRAGON
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira (3) acreditar ser “inócua” a ação em que a Rede pede ao Supremo Tribunal Federal o seu afastamento do cargo.
Réu no processo do petrolão, Cunha tem a interpretação de que no julgamento em que o STF acolheu por unanimidade uma das denúncias contra ele houve manifestação dos ministros de que não diria respeito a ele as regras constitucionais aplicáveis à Presidência da República em caso de infrações penais.
A Rede pede em sua ação o afastamento de Cunha sob o argumento de que quem responde a processo criminal não pode figurar como substituto do presidente da República. Se Michel Temer (PMDB) assumir a cadeira de Dilma Rousseff, Cunha passa ser o primeiro na linha sucessória do mais alto cargo da República.
“Vão querer rediscutir essa mesma tese. (…) Salvo se não mudarem [de posição], é uma ação inócua”, afirmou.
Questionado em entrevista coletiva por quatro vezes se se considera em condições de comandar o país, Cunha se recusou a responder.
O presidente da Câmara voltou a criticar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável pelas denúncias e por mais um pedido de investigação contra ele -dessa vez por suspeita de corrupção em Furnas.
“Daqui a pouco até multa de trânsito vai ter abertura de inquérito contra mim. Então, estou achando que é uma ação política, um perseguição clara a nítida que vamos responder no seu tempo devido.”