EDUARDO CUCOLO E MARINA DIAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo federal divulgou nesta quarta-feira (4) as regras do Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017, que terá juros maiores que os do programa anterior.
Serão disponibilizados R$ 202,9 bilhões para empréstimos na safra que começa em julho deste ano, 8% acima do valor da safra que se encerra em junho deste ano.
As taxas de juros nas linhas com subsídios variam entre 8,5% e 12,75% ao ano. Na safra anterior, estavam entre 7% e 10,5% ao ano.
O dinheiro está dividido em R$ 115,8 bilhões para custeio com juros controlados pelo governo e R$ 53 bilhões com juros de mercado. Para investimentos, serão R$ 34 bilhões, sendo R$ 30 bilhões com taxas livres.
A ministra Kátia Abreu (Agricultura) afirmou que o dinheiro vai garantir uma nova safra recorde.
O anúncio foi preparado às pressas, devido à possibilidade de afastamento da presidente Dilma Rousseff, que será votado pelo Senado na próxima semana.
SUBSÍDIOS
Para o período 2016/2017, houve aumento dos recursos para custeio, em detrimento dos investimentos.
“Em um ano de crise e ajuste fiscal, em que é natural o arrefecimento do investimento, você tem de aumentar o recursos de custeio. Ele pode não investir, mas tem de plantar”, afirmou a ministra.
O custo da chamada subvenção aos agricultores será de R$ 6,2 bilhões para o Tesouro Nacional, R$ 1 bilhão acima da safra anterior. Parte disso se deve à elevação da TLJP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que não foi totalmente repassado para o agricultor.
O Ministério da Agricultura estima que o desembolso na safra atual fique próximo de R$ 140 bilhões, de um total de R$ 188 bilhões previstos.
A estimativa de recursos com a emissão de LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) é de R$ 40 bilhões, sendo R$ 10 bilhões com juros de 12,75% ao ano e o restante com taxas de mercado. A safra atual deve fechar com R$ 12 bilhões.