SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O esperado primeiro congresso do partido único da Coreia do Norte em quase 40 anos teve início, nesta sexta-feira (6). Quase nenhuma informação, no entanto, foi divulgada para o grupo de jornalistas internacionais que tiveram raro acesso ao país. O encontro político está sendo visto como um momento para o ditador Kim Jong Un consolidar seu poder sobre o país, já que o último congresso do tipo foi realizado antes do nascimento do líder. A fechada Coreia do Norte alardeou, por meio de sua imprensa estatal, “resultados milagrosos” no setor industrial do país e disse que avanços no campo militar, em desafio às sanções internacionais, eram “os maiores presentes” para o congresso do partido. Nenhuma fonte oficial, no entanto, deu informações sobre a reunião política, se limitando a dizer que estava em andamento. A previsão é que o congresso dure de quatro a cinco dias. Os mais de 100 jornalistas estrangeiros que tiveram permissão de entrar no país foram levados pelo governo para as redondezas do prédio que abriga o congresso. Nenhum, no entanto, teve autorização para entrar no local. O congresso é a mais alta esfera de decisões do partido único do país. Na realidade, no entanto, as decisão são tomadas pelo ditador Kim e seu círculo mais próximo de assessores. Assim, os delegados que compareceram ao encontro devem mais chancelar que debater. Segundo a imprensa estatal, o momento é de celebração histórica pelo fato de Kim ter guiado a nação para ser “uma potência nuclear, espacial”. Espera-se que o congresso dê pistas sobre outras prioridades do ditador e sobre as pessoas que estarão a seu lado. É possível que Kim substitua a velha guarda do partido por jovens leais ao norte-coreano, elevando sua irmã mais nova, Kim Yo Jong, a uma posição de braço direito do líder. ARMAS “Kim está atrás de um arsenal nuclear e do desenvolvimento econômico. É provável que ele declare que o país detém armas nucleares, então isso já seria um ponto”, disse Yang Moo-jin, da Universidade de Estudos sobre a Coreia de Norte, em Seul. “Ele pode, também, apresentar um plano de cinco ou sete anos para o desenvolvimento da economia”, avalia Yang. Esta semana, a Reuters noticiou um boom imobiliário na capital Pyongyang nos últimos meses, dando mostra do florescimento de uma economia de mercado no país.