EULINA OLIVEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os dados sobre o mercado de trabalho americano em abril vieram abaixo das expectativas de analistas e levantaram dúvidas sobre a eficácia das políticas de estímulo monetário para acelerar a economia global. Com isso, os índices acionários recuam nos EUA e na Europa nesta sexta-feira (6).
A leitura de analistas é de que diminuíram as chances de o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) elevar os juros americanos em junho após os dados fracos de emprego, mas os temores em relação a uma desaceleração mundial falam mais alto.
Em meio ao mau humor externo, o dólar opera perto da estabilidade ante o real. O Ibovespa, no entanto, opera em leve alta, após o tombo da véspera, ajudado pela alta do petróleo no mercado internacional.
No cenário político, prevalece a cautela de investidores, com a aproximação da votação do impeachment presidente Dilma Rousseff no plenário do Senado, no próximo dia 11. Também continuam as incertezas sobre o um eventual governo sobre o comando do vice-presidente Michel Temer.
Mesmo sem ação do Banco Central no mercado de câmbio pelo terceiro dia seguido, o dólar à vista avançava 0,02%, a R$ 3,5314, enquanto o dólar comercial caía 0,21%, a R$ 3,5330.
BOLSA
O Ibovespa subia 0,27%, aos 51.812 pontos. As ações PN da Petrobras ganhavam 3,05% e as ON, +3,16%. Os papéis PNA da Vale subiam 3,08% e os ON, +2,64%, apesar da queda do preço do minério na China.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdia 0,26%; Bradesco PN, -0,07%; Banco do Brasil ON, +0,68%; Santander unit, +1,37%; e BM&FBovespa ON, -1,87%.
JUROS
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 exibia estabilidade, a 13,680%; o DI para janeiro de 2021 subia pouco, de 12,530% para 12,560%.
Prevalece no mercado a avaliação de que o Banco Central não deverá cortar os juros tão cedo. A inflação oficial, medida pelo IPCA, dá sinais de desaceleração, mas ainda longe do teto da meta de 6,5% no acumulado de 12 meses.
Analistas destacam ainda que o novo rebaixamento nota do país pela Fitch não surpreendeu e não influencia os negócios. Isso porque, com a medida, a nota da Fitch se equiparou os ratings da S&P e da Moody’s, de dois degraus abaixo do grau de investimento.
O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote do país, avançava 0,25%, aos 347,577 pontos. O indicador de percepção de risco reflete a cautela de investidores em relação ao cenário político e econômico brasileiro.
EXTERIOR
Na Bolsa de Nova York, o Dow Jones recuava 0,10%; o S&P 500, -0,41%; e o Nasdaq, -0,34%, reagindo aos dados do mercado de trabalho americano.
Na Europa, a maioria das Bolsas também caía: Londres, -0,17%; Paris, -0,71%; Frankfurt, +0,02%; Madri, -0,06%; e Milão, -0,72%.
Na Ásia, os índices acionários fecharam em baixa.