SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse nesta sexta-feira (6) que seu país obteve “resultados sem precedentes” com um teste de uma bomba de hidrogênio (em janeiro) e o lançamento de um satélite (em fevereiro), em seu discurso de abertura do congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que volta a se reunir após 36 anos.

“Os militares e o povo conseguiram um grande êxito com o primeiro teste da bomba de hidrogênio e o lançamento do satélite de observação Kwangmyongsong-4”, afirmou, ante centenas de membros do partido.

Ambos os exercícios militares foram criticados pela comunidade internacional, que já sanciona Pyongyang por descumprir resoluções da ONU sobre o programa nuclear do país. Mais de cem jornalistas estrangeiros que tiveram permissão de entrar no país foram levados para perto do prédio que abriga o evento. Nenhum, porém, teve autorização para entrar no local.

Kim, 33 anos, deve usar o congresso, com duração prevista de quatro a cinco dias, para ampliar seu poder, colocando nomes mais leais a ele em órgãos centrais. Também procurará reforçar a política de conciliar o programa nuclear com a tentativa de melhorar a economia. O congresso não ocorria desde 1980, quando o ex-ditador Kim Il-sung (1912-1994), avô do atual, disse que o próximo encontro só seria marcado quando a Coreia do Norte resolvesse o problema de alimentação da população. Em tese, trata-se da mais alta esfera deliberativa do partido único do país, mas na realidade as decisões são tomadas por Kim e seus assessores. Assim, os delegados que compareceram ao encontro mais chancelam medidas do que as debatem.

CHINA

A chancelaria da China, principal aliado de Pyongyang, disse que o congresso marca um importante momento, mas recomendou que a Coreia do Norte “ouça a voz da comunidade internacional e mantenha a paz e a estabilidade na região”.