No próximo dia 16 de maio comemora-se o Dia Internacional do Celíaco. Estima-se que cerca de 1% da população brasileira apresente a intolerância ao glúten, proteína presente no trigo, na cevada, na aveia e no centeio. A doença é mais frequente entre as mulheres e o diagnóstico nas crianças e adultos vem crescendo nos últimos anos. É o que revela Alexandre Menna Barreto, endocrinologista integrante do corpo clínico do Laboratório Frischmann Aisengart.

A doença celíaca é uma condição autoimune associada à inflamação crônica do intestino delgado, que leva à alteração na absorção de nutrientes.

Os pacientes podem apresentar uma variedade de sintomas gastrintestinais (diarreia ou constipação, dor e distensão abdominal) e extraintestinais (fadiga, uma doença cutânea benigna chamada de dermatite herpetiforme, anemia, osteoporose). Em crianças, muitas vezes a única manifestação da doença é o déficit de crescimento, diz o médico.

Algumas pessoas têm os sintomas clássicos da doença celíaca, porém, muitas podem ser assintomáticas, o que às vezes atrasa o diagnóstico em anos. Indivíduos com outras doenças autoimunes, como diabetes do tipo 1 e tireoidite autoimune, bem como os com histórico familiar de doença celíaca, são candidatos à triagem, pois têm probabilidade maior de desenvolver a doença. Em crianças, muitas vezes a única manifestação da doença é o déficit de crescimento, diz o médico. Nesse caso, pode haver prejuízo permanente para a criança, com altura abaixo do desejado, por causa do diagnóstico tardio.

Segundo Menna Barreto, o tratamento da doença consiste na dieta isenta de glúten, ao longo da vida. Normalmente há recuperação total das alterações intestinais e melhora importante na qualidade de vida.

Como o diagnóstico nos casos com poucos sintomas é considerado difícil, o médico afirma que a investigação da doença celíaca requer um grau elevado de suspeição pelo médico assistente. É preciso se submeter a exames específicos, assim como à avaliação do gastroenterologista, para que haja comprovação, afirma.

Atualmente a investigação é realizada por testes sorológicos, entre os quais os anticorpos antitransglutaminase IgA, anticorpo antiendomísio IgA e anticorpo antigliadina, além de biópsia do intestino, quando indicada.

Alexandre Menna Barreto, endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart, fala sobre o assunto