SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, afirmou nesta segunda (30), durante a sabatina olímpica da Folha de S.Paulo, que espera que o comitê continue na gestão do centro de treinamento paraolímpico, inaugurado na última segunda (23), após os primeiros 12 meses de cessão do espaço.
“A gente não chegou para gerir esse centro de treinamento por 12 meses. Queremos continuar. Queremos gerir ele de uma forma permanente. Aquela é para ser a casa dos atletas paraolímpicos”, afirmou Parsons, que assinou nesta segunda termo com o governo do Estado de São Paulo para gerir a estrutura por um ano.
“Essa foi a ideia desde o começo. O governo entra com o recurso e nós com a expertise e o gerenciamento. Ficamos descontentes com algumas posturas no governo do Estado, que diminuíram a participação do CPB dentro do centro de treinamento. Disseram que a gente iria usar o centro de treinamento. Nós não vamos usar, vamos gerir”, afirmou.
Na última segunda (23), durante abertura da estrutura, houve mal-estar entre o CPB e o governo do Estado devido ao texto do decreto de permissão de uso do local em favor do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro).
“Estamos comprometendo uma parte grande do nosso orçamento no centro de treinamento porque achamos que é uma estrutura importante para o desenvolvimento do esporte paraolímpico no Brasil. Se ficar na mão do governo, se torna mais uma instalação pública. Queremos que fique com quem tem mais interesse naquilo. Nosso objetivo não é financeiro, é investir no esporte”, concluiu Parsons, que prevê investir R$ 30 milhões de reais por ano na estrutura.
Para o dirigente, o centro de treinamento é parte importante do projeto da comitê para desenvolvimento do esporte paraolímpico após a Rio-2016.
“O objetivo era sair de 2016 com mais dinheiro e um centro de treinamento, e conseguimos tudo isso. Estamos gerindo o centro de treinamento e, com a mudança na Lei Piva [que no ano passado aumentou de 0,3% para 1% o repasse da arrecadação com loterias para o CPB], vamos ter dinheiro para manter o centro e dar apoio aos atletas”, disse.
INGRESSOS
Parsons afirmou que uma das questões que mais preocupam o comitê na organização dos Jogos Paraolímpicos é a comercialização de ingressos para o evento. No entanto, ele se mostrou otimista com o aumento das vendas no período dos Jogos Olímpicos.
“Temos a convicção de que a maior parte dos ingressos serão vendidos na segunda metade dos Jogos Olímpicos. Acreditamos que nessa época as pessoas já estarão sentindo o espírito olímpico e não vão querer ver os Jogos terminarem.”
Ele admite, porém, que aconteceram erros no início da divulgação da venda de ingressos.
“Começamos de uma forma pouco coordenado nos esforços de comunicação. Temos que motivar as pessoas a comprar ingressos, precisa ser uma comunicação que engaja as pessoas, criar um senso de urgência, e acho que não conseguimos fazer tudo de uma vez. Estávamos informando sobre os Jogos Paraolímpicos, mas não conseguimos mostrar esse senso de urgência. Então acho que a venda vai ficar mais para a última hora”, afirmou.