MARCEL RIZZO, ENVIADO ESPECIAL
ORLANDO, EUA (FOLHAPRESS) – Antonio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, presidiu a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por pouco mais de três meses, entre janeiro e abril de 2016, quando Marco Polo Del Nero pediu licença para se defender das acusações de corrupção que sofre da Justiça americana.
Braço-direito do cartola, seguiu as orientações do chefe, e em junho ganhou de presente ser o chefe de delegação da seleção brasileira na Copa América Centenário, nos Estados Unidos -o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, convidado inicialmente declinou por causa do momento conturbado de seu clube, e viajou aos EUA apenas como convidado.
Nos Estados Unidos, o vice da CBF e presidente da Federação do Pará tem aparecido pouco, mas deu uma entrevista ao site da Conmebol dizendo que não imaginava o Brasil fora da final.
“Tenho que confiar. O Brasil, numa competição das Américas, é sempre esperado chegar na final. Mas falei como torcedor, o pessoal da Conmebol gosta de falar comigo, né”, comentou Nunes nesta quarta (8), após a vitória de 7 a 1 do Brasil sobre o Haiti.
O cartola admitiu que liga quase todos os dias para Del Nero, para conversar sobre o ambiente da seleção. “Ele [Del Nero] está confiante”, disse Nunes, na rápida conversa.
Nunes admitiu que ficou preocupado quando vários jogadores deixaram a seleção brasileira, cortados -cinco por lesão (Ricardo Oliveira, Douglas Costa, Rafinha, Ederson e Kaká) e um por problemas pessoais, Luiz Gustavo.
“No começo fiquei preocupado, mas o pessoal que veio está bem, né?”, disse.
“Melhor do que aqueles que estavam aqui”, perguntou um dos jornalistas. “Isso eu não sei porque eles não jogaram [risos]”, disse, aos risos e se despedindo.
A Folha de S.Paulo publicou que Del Nero recebeu ligações de cartolas que estão nos EUA preocupados com os cortes, imaginando que Dunga perdeu a confiança do grupo, que não se esforçou em permanecer na delegação -há outros dirigentes, além de Nunes, viajando próximo da delegação.
O coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, mostrou à reportagem o laudo da lesão muscular que tirou Kaká da delegação, e afirmou que a dispensa de Luiz Gustavo foi por “motivo pessoal muito grave”.