MARCELO NINIO
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Se a rejeição do bilionário Donald Trump é alta nos EUA, no exterior ela está alguns degraus acima, mostra uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (29). O virtual candidato republicano à Presidência desperta confiança em menos de um quarto dos entrevistados pelo Instituto Pew em 16 países da América do Norte, Europa e Ásia.
“Na maior parte dos países pesquisados, estrangeiros têm pouca ou nenhuma confiança em sua capacidade para lidar com assuntos internacionais”, diz a pesquisa, com suecos (92%) e alemães (89%) no topo dos que mais rejeitam o magnata.
Na Europa, só 9% manifestaram confiança em Trump, contra 59% em sua provável oponente nas eleições presidenciais de novembro, Hillary Clinton.
Focada na imagem dos EUA no mundo, a sondagem indica que a opinião sobre o país e o presidente Barack Obama é, na maioria dos países, favorável. O estudo lembra que a chegada de Obama à Casa Branca melhorou de forma significativa a percepção externa do país, dada a impopularidade do antecessor, George W. Bush, especialmente na Europa ocidental, onde 77% hoje aprovam Obama.
“A aprovação do presidente Barack Obama em países-chave da Europa e da Ásia continua robusta. Em geral, metade dos países pesquisados, incluindo os EUA, tem confiança nele para fazer a coisa certa em assuntos externos”, diz a pesquisa. “Isso inclui mais de 80% na Suécia, na Holanda, na Alemanha, na França e na Austrália. A confiança em Obama permaneceu forte ao longo de seus dois mandatos”.
Outra grande diferença em relação a Bush, que ficou marcado por ordenar a impopular invasão do Iraque, é o nível de aprovação a ações militares. Metade dos entrevistados disse apoiar a campanha do governo Obama contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque.
Para a maioria dos europeus, os EUA têm o mesmo peso no cenário mundial que dez anos atrás, enquanto na Ásia as opiniões diferem: 61% dos japoneses acham que o país perdeu importância, 57% dos indianos acreditam que ganhou.
Com a recuperação da economia americana e a desaceleração chinesa, a maioria considera os EUA a principal potência econômica do mundo, com exceção dos australianos, que apontam a China. Entre os americanos a confiança também subiu: em 2014, 41% disseram que a China era a principal economia, 40% os EUA. Agora, só 34% acham que é a China, enquanto 54% dizem que são os EUA.
A imagem da China é, em geral, negativa, indica a pesquisa, com pioras na França, Espanha, Índia, Itália, Reino Unido e Alemanha. Apenas 37% dos americanos expressam opinião favorável ao país, ainda assim bem mais que os 11% entre os japoneses, maiores rivais dos chineses na região. Entre os chineses, 50% têm opinião positiva sobre os EUA.
Baseado em Washington, o Instituto Pew conduziu para esta pesquisa entrevistas com 20.132 pessoas em 16 países entre 4 de abril e 29 de maio deste ano: EUA, Canadá, Polônia, Itália, Suécia, França, Holanda, Hungria, Reino Unido, Espanha, Alemanha, Grécia, Japão, Austrália, Índia e China.