EULINA OLIVEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pelo segundo pregão consecutivo, os mercados globais reagem com otimismo às expectativas de uma nova rodada de estímulos monetários pelos bancos centrais para minimizar os efeitos do “Brexit”, ou seja, saída do Reino Unido da União Europeia.
As Bolsas e o petróleo avançam nesta quarta-feira (29), e o dólar perde força frente a outras moedas. O movimento é reforçado pelas expectativas de manutenção dos juros americanos no curto prazo.
No cenário doméstico, a moeda americana tem mais um dia de queda ante o real, renovando a cotação mínima em quase um ano, na casa dos R$ 3,23. O real se valoriza ainda mais por causa da percepção de investidores que o Banco Central não atuará tão cedo no mercado. Na terça-feira (28), o presidente do BC, Ilan Goldfajn, reafirmou que o câmbio é flutuante.
O Ibovespa sobe mais de 2%, impulsionado pelo bom humor global e pela atratividade do mercado brasileiro com a política de juros elevados.
Os juros futuros operam em leve alta, com a sinalização do BC de que a taxa básica de juros (Selic) não deverá sofrer cortes nos próximos meses. O CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, recua fortemente.
DÓLAR E JUROS
A moeda americana renova mínima em 11 meses ante o real nesta sessão. O dólar à vista perdia há pouco 2,23%, a R$ 3,236; o dólar comercial caía 2,08%, a R$ 3,237.
“A nova diretoria do BC se mostra interessada em deixar o câmbio flutuar mais para baixo para ter força no combate à inflação. Quanto mais dificuldade fiscal e mais resistência da inflação em cair, teremos maior chance de dólar abaixo dos R$ 3,20”, escreve a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório.
A autoridade monetária ainda tem cerca de US$ 60 bilhões de swap cambial em estoque, que equivalem à venda futura de dólares. Entre março e maio deste ano, a antiga diretoria do BC aproveitou a queda do dólar para reduzir sua exposição cambial em aproximadamente US$ 48 bilhões, por meio de leilões de swap cambial reverso, que correspondem à compra futura de dólares.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subia de 13,840% para 13,860%; o contrato para janeiro de 2021 avançava de 12,070% para 12,090%.
O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, recuava 3,41%, aos 322,484 pontos.
BOLSA
O Ibovespa ganhava 2,13%, aos 51.070,30 pontos. As ações da Petrobras subiam 3,47%, a R$ 9,52 (PN), e 3,91%, a R$ 11,69 (ON).
Os papéis da Vale avançam 3,18%, a R$ 12,96 (PNA), e 3,29%, a R$ 15,97 (ON).
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhava 2,24%; Bradesco PN, +1,47%; Santander unit, +2,93%; Banco do Brasil ON, +2,24%; e BM&FBovespa ON, +1,98%.
EXTERIOR
Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 subia 1,12%; o Dow Jones, +1,06%; e Nasdaq, +1,26%.
Na Europa, a Bolsa de Londres ganhava 2,59%; Paris, +2,22%; Frankfurt, +1,40%; Madri, +3,04%; e Milão, +1,87%.
Na Ásia, o índice chinês CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 0,48%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,69%. No Japão, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio avançou 1,59%, a 15.566 pontos.
No mercado de câmbio, a libra ganhava 1,20% e o euro, +0,52%.