SAMIR CARVALHO
SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Santos não descarta negociar Gabriel caso receba uma proposta tentadora da Europa. No entanto, a diretoria santista já iniciou as tratativas para renovar o contrato do camisa 10. A ideia é fazer um plano de carreira, nos mesmos moldes que a antiga diretoria fez para manter Neymar no primeiro ano da gestão do ex-presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro.
Gabriel ganharia um aumento salarial considerável e também ‘luvas’, valor que seria como um bônus, um pagamento feito por fora do contrato e dos salários para ele renovar com o time -montante que seria dividido no período do novo contrato oferecido pelo Santos ao atleta.
Além disso, o plano de carreira oferecido focará na imagem do atleta. Gabriel ainda terá participação em bônus por convocações, títulos conquistados e ações de marketing. O ordenado do jogador também seria reajustado anualmente.
“Faremos um plano de carreira, mais ou menos como foi feito com o Neymar. Vai subindo salários aos poucos. Ele tem 19 anos. Quando puder renovar por mais tempo possível, melhor”, afirmou o superintendente de futebol do clube paulista, Dagoberto Santos.
Representantes de Gabriel já receberam duas propostas pelo jogador –uma do PSG, da França, estipulada em 30 milhões de euros (R$ 108 milhões), e outra do Hebei Fortune, da China, disposto a pagar 55 milhões de euros (R$ 198 milhões), valor acima da multa rescisória de 50 milhões de euros (R$ 180 milhões), para convencer a revelação santista a jogar no futebol chinês.
Wagner Ribeiro, agente do jogador, alega que já repassou a proposta europeia ao presidente Modesto Roma, que pediu 10 milhões de euros (R$ 36 milhões) a mais para vender. A diretoria santista, por sua vez, ressalta que não recebeu nenhuma proposta oficial e, sim, apenas intenção de proposta.
“Pra mim, proposta é escrita, assinada, protocolada dentro do clube. Fora isso, não é proposta. É intenção de proposta. Todos têm isso. Nós não recusamos, enquanto não estiver proposta. Vou recusar algo que não existe. O Santos tem valor para todos os jogadores. Qualquer clube que quiser levar algum jogador, tem valor: a cláusula penal”, disse Dagoberto.
Os direitos econômicos de Gabriel estão divididos da seguinte forma: Santos (40%), jogador (40%) e Doyen Sports (20%). A diretoria santista ainda tenta na Justiça desconsiderar todos os contratos firmados entre a antiga diretoria e o grupo de investidor maltês. Caso isso ocorra, o clube paulista pode ficar com 60% do valor de uma futura negociação. Gabriel tem contrato com o alvinegro praiano até setembro de 2019.