Centenas de mulheres são esperadas para a sexta edição da Marcha das Vadias de Curitiba no próximo sábado (09). A concentração está marcada para às 10h, na Praça da Mulher Nua, em frente ao Passeio Público. A manifestação percorrerá os principais pontos do Centro da capital paranaense: Catedral Nossa Senhora da Luz, Calçadão da XV de Novembro, Paço Municipal e Boca Maldita. Em todos os pontos, atos simbolizarão as diferentes violências sofridas pelas mulheres.

 O tema central desse ano denuncia e traz para as ruas a vontade de derrotar o fascismo diário presente nos nossos discursos, nos nossos comportamentos, nos nossos prazeres. É esse fascismo que tem culpabilizado as mulheres vítimas, promovido a cultura do estupro e aumentado a violência contra as mulheres, diz o manifesto publicado na página do evento no Facebook.

 De acordo com a organização da Marcha, a manifestação tem o objetivo de lutar contra a culpabilização das mulheres pela violência que sofrem, em especial, a sexual. Este ano, especificamente, a Marcha pautou a questão do fascismo em função do contexto social e político no Brasil que tem culpabilizado as mulheres vítimas, promovido a cultura do estupro, além de cometer violência estatal com os últimos retrocessos da política brasileira em relação aos direitos das mulheres.

 

Origem da Marcha

A Marcha das Vadias teve sua origem em 2011, na cidade de Toronto, no Canadá, como forma de protesto à afirmação de um policial durante uma palestra dentro de uma Universidade. Na ocasião, o policial afirmou que as mulheres deveriam evitar se vestir como vadias, para não serem vítimas de ataque. Desde então, as manifestações são realizadas anualmente em diversos países e, no Brasil, se destacam as capitais Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), São Paulo, Rio de Janeiro e Recife (PE), Florianópolis (SC), entre outras cidades.

 

Por que vadias?

Apesar da polêmica do nome, o movimento ganhou força em todo o mundo, pois as mulheres refletiram sobre os usos e o poder da palavra vadia. O termo que era usado como forma de agressão às mulheres é, hoje, considerado sinônimo da mulher que luta. Se ser livre é ser vadia, então somos todas vadias tornou-se o lema mundial das Marchas das Vadias.