SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Milhares de eleitores pró-governo turco e de partidos de oposição se unem neste domingo (24) em Istambul, em manifestação para apoiar a democracia. O ato é uma reação à tentativa de golpe de Estado das Forças Armadas da Turquia. Em outra demonstração de união depois do golpe falho, a Força Aérea da Turquia declarou “absoluta obediência” ao general Hulusi Akar, que foi feito de refém pelos golpistas no dia 15 de julho. Akar os chamou de “covardes de uniforme” e afirmou que eles prejudicaram a nação e o Exército.

O presidente Recep Tayyip Erdogan, que não foi capturado no golpe, declarou estado de emergência no país, ou seja, ele pode assinar leis sem aprovação parlamentar para enfraquecer os militares, autores do golpe. Segundo o primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, as autoridades do país prenderam cerca de 13 mil pessoas -dentre as quais 8.831 soldados- pela tentativa de derrubar o governo de Erdogan.

Na semana passada, mais de 60 mil soldados, policiais, juízes, professores e civis foram investigados. Yildirim afirmou que os detentos terão um julgamento justo. O grupo Anistia Internacional, por outro lado, disse que recebeu evidências de que os presos foram espancados, estuprados e torturados. “É absolutamente necessário que as autoridades turcas condenem essas práticas detestáveis e que permitam que funcionários internacionais visitem os detentos”, afirmou, em comunicado, John Dalhuisen, diretor da Anistia europeia.

Em seu decreto, o presidente Erdogan estendeu o período de detenção para os suspeitos de quatro a 30 dias, uma decisão que, segundo a Anistia, aumenta o risco de maus tratos e tortura.