THAIS BILENKY
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O vereador Andrea Matarazzo (PSD) minimizou, nesta terça-feira (26), as críticas que fez até recentemente à senadora Marta Suplicy (PMDB), agora que será candidato a vice em sua chapa para a Prefeitura de São Paulo.
“A política não pode ser sempre um campo de batalha, sobretudo de troca de acusações que, por vezes, não se fundamentam em verdadeiras diferenças”, disse, em texto publicado em seu perfil em rede social.
“Marta e eu nos conhecemos há muitos anos. Tivemos várias diferenças”, admitiu. “Enfrentamos a decepção com a velha política nos nossos partidos de origem. Não comungamos da mesma opinião em todos as coisas. Mas descobrimos que podemos dialogar e construir consensos. Achamos que o Brasil e São Paulo precisam retomar essa prática.”
Matarazzo deixou o PSDB neste ano, após 25 anos da legenda, por desavenças nas prévias que indicariam João Doria pré-candidato do partido. No dia de sua filiação ao PSD, ele disse que seria “mais fácil uma vaca voar” do que ele ser vice de Marta.
Marta saiu do PT em 2015, depois de 33 anos, com críticas ao governo de Dilma Rousseff e ao envolvimento de correligionários em escândalos de corrupção.
Os dois selaram a aliança no último domingo (24), semanas depois de o vereador insistir que seria incoerente de sua parte associar-se a Marta.
Matarazzo disse que combinou com a nova aliada “de juntar nossas experiências e competências para combater o que realmente importa: as ameaças aventureiras e a manutenção do PT no comando da cidade”.
Mas soltou farpas indiretas a Doria, que apresentou o programa “O Aprendiz”: “Gerenciar São Paulo não é para aprendiz”, escreveu.
O candidato a vice defendeu a construção de “um novo campo político para ajudar o país a sair da crise”.
O presidente interino, Michel Temer (PMDB), ajudou a articular a aliança, com envolvimento de dois ministros de seu governo, Gilberto Kassab (Comunicações), presidente nacional do PSD, e o tucano José Serra (Relações Exteriores), próximo de Matarazzo.
A nova chapa soma a força de Marta na periferia e a de Matarazzo entre as classes média e alta, colocando um novo obstáculo a João Doria, aposta do governador Geraldo Alckmin.
Serra e Alckmin são potenciais candidatos tucanos à Presidência em 2018.
Matarazzo afirmou que “o grande sonho e privilégio de ser prefeito de São Paulo, que sempre declarei, se revelam menores diante do que é melhor para a cidade”.
“São Paulo não pode ser instrumento do capricho de ninguém. A vaidade, a ambição de poder desmedido e a arrogância não devem conduzir o destino de nossa cidade.”