Mais de três mil pessoas se aglomeraram na arquibancada do ginásio de esportes do Círculo Militar, em Curitiba, para assistir ao evento Democracia na América Latina, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (27) e que contou com a presença do ex-presidente e atual senador do Uruguai, Pepe Mujica.

A fila para entrar no ginásio de esportes já dobrava a esquina do clube pouco antes das 08h da manhã, e não parou de aumentar de tamanho até às 10h30. Não à toa, já que foram mais de sete mil inscritos nas primeiras 48h da abertura das inscrições, motivo pelo qual obrigou os organizadores do evento a transferir o seminário que aconteceria no restrito auditório da APP Sindicato para o Palácio de Cristal, que conseguiu acomodar as aproximadamente 3.500 pessoas selecionadas para assistir ao ciclo de diálogos.

A abertura da mesa ficou por conta da Orquestra Latino-Americana da Unespar, que interpretou músicas de compositores uruguaios e homenageou o senador Mujica.

Os primeiros 60 minutos do evento foram movimentados pelo professor da Universidade Federal do ABC Gilberto Maringoni, seguido pela militante do Movimento da Cultura Negra, Heliana Hemerito dos Santos, e pela professora da Universidade Federal da integração Latino Americana, Lívia Morales.

Foram muitas as palavras de ordem e manifestações contra o governo federal e estadual vindo do público na arquibancada, que erguia bandeiras de movimentos sociais e partidos políticos.

O ginásio logo foi tomado pelo silêncio assim que Pepe Mujica levou o microfone à boca para iniciar sua fala. O rumo que a democracia america-latina tomou nestes últimos tempos e o forte avanço da onda consrvadora foram algumas das críticas feitas pelo senador, que não poupou nem o capitalismo. “Não podemos nos conformar com a miserável democracia contemporânea O discurso marcado por longas pausas de silêncio juntou filosofia e política. O homem é o único ser capaz de escolher seu destino.

Mujica encerrou o evento avisando que para uma boa democracia, é preciso lutar, mas tendo como base a felicidade e o direito à felicidade. “Não é só trabalhar. Há que se ter tempo para viver e ser livre”.