A Polícia Federal voltou a prender hoje (28) Fernando Cavendish, ex-dono da empreiteira Delta, e Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os dois haviam sido presos, há cerca de um mês, por lavagem de R$ 370 milhões desviados de cofres públicos, no âmbito da Operação Saqueador. Depois de ficarem cerca de dez dias no Complexo Penitenciário de Bangu, eles passaram a cumprir pena em prisão domiciliar desde o dia 11 de julho.

Também voltaram a ser presos hoje Adir Assad, Marcelo Abbud e Cláudio Abreu. Os três também tinham sido beneficiados com a prisão domiciliar e tinham deixado a penitenciária em 11 de julho. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da Polícia Federal.

Ontem (27), a 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), no Rio de Janeiro, determinou que os cinco presos na Operação Saqueador retornassem ao presídio.

Saiba Mais
Carlinhos Cachoeira, Fernando Cavendish e mais três deixam prisão no Rio
Operação Saqueador

A Operação Saqueador, da Polícia Federal, rastreia esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, no valor de R$ 370 milhões. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os principais acusados são o empresário Fernando Cavendish, ex-dono empreiteira Delta Construção, e o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Além deles, foram denunciadas 21 pessoas – executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores de empresas fantasmas, criadas por Carlinhos Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud.

Segundo o MPF, foram reastreados os pagamentos feitos pela Delta a empresas de fachada. Foi verificado ainda aumento dos valores dessas transferências em anos de eleições. Foram feitas transferências, por exemplo, de R$ 80 milhões para uma obra inexistente chamada Transposição do Rio Turvo, no Rio de Janeiro.

As empresas, que só existiam no papel, recebiam o dinheiro, mas não executaram o serviço. De acordo com o MPF, as empresas de Adir Assad e Marcelo Abbud emitiam notas frias não só para a Delta, mas para muitas outras empresas. Segundo as investigações, o esquema também serviu de suporte à corrupção na Petrobras.