GUILHERME GENESTRETI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério da Cultura afirmou no início da noite desta quinta (28) que irá “reavaliar” a nomeação de Oswaldo Massaini Filho para o posto de novo diretor da Cinemateca.
Na manhã da última terça (26), a pasta da Cultura exonerou 81 funcionários, incluindo os cinco nomes que ocupavam a cúpula da Cinemateca, órgão responsável pela preservação do audiovisual brasileiro.
No mesmo dia, o MinC anunciou Massaini como o futuro coordenador-geral da Cinemateca, até então dirigida por Olga Futemma, demitida com o restante da cúpula.
Massaini é ligado a uma família de cineastas, mas sua nomeação foi bastante criticada no meio justamente por ele não ter experiência com a área de preservação.
A coluna “Sem Legenda”, da Folha de S.Paulo, revelou também que Massaini foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo sob a acusação de ter cometido estelionato contra a apresentadora Márcia Goldschmidt.
O setor audiovisual se mobilizou contra a nomeação de Massaini e publicou uma carta aberta com mais de 1.300 assinaturas. O documento critica as demissões sem que houvesse um comunicado prévio e rebate a justificativa do governo federal de que “a medida visa promover ‘o desaparelhamento do Ministério da Cultura” e “valorizar o servidor de carreira”.
“Olga Futemma [ex-coordenadora-geral, demitida no corte] é funcionária de carreira, tendo se dedicado à Cinemateca desde 1984, onde se aposentou em 2013. Retornou à Cinemateca como coordenadora há exatamente um ano. Não é filiada a partido político, nem milita politicamente. O seu sucessor [Oswaldo Massaini Filho], já anunciado, não é servidor público, nem atua no campo da cultura audiovisual. Pela primeira vez, a indicação de um coordenador-geral não partiu do Conselho Curador, violando prática adotada nos últimos 30 anos pelos sucessivos governos”, diz o manifesto.
No início da noite desta quinta (28), a lista contava com mais de 1.300 assinaturas, entre as quais as da Associação Brasileira de Cinematografia, da escritora Lygia Fagundes Telles, dos cineasta Eduardo Escorel, Ugo Giorgetti e Tata Amaral, do ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo Carlos Augusto Calil e do escritor João Paulo Cuenca. Lygia, Giorgetti e Calil integram o Conselho da Cinemateca.