SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, cancelou um cessar-fogo anunciado nesta semana depois que guerrilheiros comunistas mataram um miliciano ligado ao governo.
Foi o primeiro desentendimento na relação entre Duterte, que considera a si mesmo um presidente de esquerda, e os guerrilheiros Maoístas do país, que são uma das insurgências comunistas há mais tempo em atividade no mundo.
Guerrilha e governo tinham concordado em retomar conversas de paz em agosto na Noruega, e não está claro se essas negociações prosseguirão.
Depois de derrubar sua ordem de cessar-fogo, Duterte divulgou um comunicado na noite de sábado (30) ordenando que todas as forças de segurança do país fiquem em alerta elevado e “continuem a desempenhar suas funções para neutralizar todas as ameaças à segurança nacional e manter a paz no território”.
Duterte, que assumiu o cargo em 30 de junho, declarou o cessar-fogo na segunda (25). No entanto, dois dias depois, rebeldes mataram um miliciano e feriram outros quatro.
O presidente cobrou então uma resposta dos insurgentes e exigiu que eles declarassem um cessar-fogo até 17h de sábado (30), o que não foi feito.
O confronto entre a insurgência comunista e o governo filipino deixou 150 mil combatentes e civis mortos desde seu início, no fim dos anos 1960, além de travar o desenvolvimento econômico do país, especialmente no interior.
Duterte, 70, foi eleito em uma campanha polêmica, na qual defendeu que os direitos humanos sejam deixados de lado.
“Se for eleito presidente, farei exatamente o que fiz como prefeito. Vocês, traficantes, assaltantes e canalhas, seria melhor que fossem embora, porque vou matá-los”, advertiu.