O mau que o colesterol alto causa à saúde recebe atenção especial hoje, data em que se comemora o dia Nacional do Colesterol. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 60% da população têm colesterol alto. Em quantidade elevada no sangue, o colesterol pode se acumular e obstruir vasos, formando a placa aterosclerótica, que reduz ou bloqueia totalmente o fluxo de sangue para o coração.

O processo de entupimento da artéria pode se manifestar como uma angina ou dor no peito, infarto do miocárdio, dilatação do coração ou insuficiência cardíaca. Outras partes do corpo também podem ser afetadas, por exemplo, o cérebro pode sofrer um acidente vascular cerebral, o famoso derrame, por conta da obstrução das artérias carótidas, revela o diretor científico da Sociedade Paranaense de Cardiologia, Silvio Barberato.

O colesterol é dividido em dois tipos: o LDL e o HDL. O LDL é o chamado colesterol ruim, ou seja, é aquele que se estiver alto acumula nos vasos e pode levar a um infarto ou AVC. Já o HDL, chamado de bom colesterol, é capaz de remover o LDL do organismo e, quando alto, reduz o risco de infarto e AVC, afirma.

As recomendações internacionais mais recentes mostram que os níveis ideais são 200mg/dl para colesterol total, 100mg/dl para LDL e 60mg/dl para o HDL. É importante lembrar que esses números não são definitivos e absolutos. O risco de cada paciente deve ser avaliado por um médico capacitado, levando em conta diversas variáveis, como a história clínica, sintomas, fatores de risco, antecedentes familiares e eventuais exames complementares, ressalta Barberato.

Não são somente os adultos que podem sofrer com o colesterol alto. A doença pode se manifestar em qualquer faixa etária. Existe uma forma grave da doença, que se chama hipercolesterolemia familiar, caracterizada por um nível muito elevado de colesterol desde o nascimento , alerta o cardiologista. Por isso, a prevenção deve começar na infância, com exercícios físicos regulares, uma alimentação balanceada e manutenção do peso adequado.


Mitos (e verdades) sobre o colesterol

Manter o colesterol bom (HDL) alto é bom para a saúde?

Em partes

Embora seja melhor manter o colesterol bom — HDL, estudo da Universidade de Cambridge revela que, em algumas pessoas, pode potencializar o risco de doenças cardíacas. É vital analisar caso a caso para verificar quais são os melhores tratamentos para cada pessoa.

Realizar exercícios físicos auxilia a controlar as taxas de colesterol?

Verdade

Praticar atividade física ajuda a combater à obesidade e aumenta os níveis do ‘colesterol bom’.

Alguns sintomas são percebidos quando o nível de colesterol ruim aumenta no organismo?

Mito

O colesterol é uma doença silenciosa, já que não demonstra qualquer sintoma. A única forma de medir o nível é realizando uma dosagem no sangue, que pode ser feita em muitas clínicas, farmácias ou hospitais.

Os riscos de infarto são apenas a partir dos 30 anos de idade?

Mito

Apesar de a maioria dos casos acontecerem nesta faixa etária, há riscos de ter um infarto em todas as idades. Para os casos hereditários, em que os filhos herdam o gene que aumenta o colesterol, a situação é ainda mais preocupante. Fique atento.

Consumir ovo potencializa os riscos de aumentar o colesterol?

Em partes

Embora seja disseminado que o ovo é um vilão, estudo realizado pela Escola de Saúde Pública de Harvard (EUA), revela que consumir até sete ovos por semana pouco altera as taxas de colesterol. O ovo contém vitaminas do complexo B e minerais como zinco, selênio, fósforo e ferro, mas deve, sempre, ser consumido com moderação, acrescenta Regina Carrijo, coordenadora de nutrição do Hospital Santa Catarina.

Medicamentos são a única forma de combater o colesterol?

Mito

Equilibrar a alimentação com mais frutas, cereais integrais, vegetais, nozes e legumes pode ser um importante remédio natural para os casos mais amenos da doença. Todavia, vale destacar que cada pessoa deve ser analisada de forma individual.


Exercícios físicos elevam o HDL

Para aumentar o HDL-colesterol (colesterol bom) e diminuir o LDL-colesterol (colesterol ruim), especialistas recomendam uma mudança do estilo de vida. Além de uma dieta equilibrada, exercício físico aeróbico (caminhada, corrida ou ciclismo de 3 a 6 vezes por semana, por 40 minutos).

Outra orientação para quem fuma é parar, pois o fumo leva à queda de HDL-colesterol e perda de peso, nos casos indicados de combate à obesidade. O uso de gorduras insaturadas en contrado nos óleos de oliva, óleo de canola, azeitonas, abacate, castanha, nozes e amêndoas reduzem o colesterol total, sem diminuir o HDL-colesterol. Diminuir a ingestão de gordura saturada existente nas carnes gordurosas, leites e derivados, polpa de coco e óleo de dendê, por exemplo.

Quem está se preparando para fazer exame no laboratório de colesterol deve ser preparar. A orientação é para se manter jejum por um período de 12 a 14 horas. Recomenda-se não alterar a dieta habitual e o peso não deverá ter variações expressivas nas duas semanas que antecedem o exame.

Evitar atividade física vigorosa nas 24 horas que precedem a coleta e suspender a ingestão de álcool 72 horas antes.

Dessa forma, os resultados serão mais confiáveis. É indispensável que, por ocasião da amostra para os exames, mantenha-se sempre a rotina diária para que os resultados sejam comparáveis.