Raras vezes nos damos conta do impacto que nossas palavras podem causar. Sem perceber, praguejamos, reclamamos de tudo e de todos, transmitimos mensagens negativas que podem afetar negativamente quem nos rodeia. Felizmente, o contrário também acontece: ao utilizarmos palavras e expressões positivas, transmitimos otimismo e criamos uma atmosfera de aceitação que se propaga em um excelente círculo virtuoso.

Pense comigo. Qual dos dois profissionais tem mais chances de ser bem recebido: o ranzinza, que reclama de tudo, ou o otimista que vem trazer alegria? E agora uma autocrítica sincera: quem de nós não deixa escapar expressões de desânimo, quem não usa o ouvido do outro para desabafar agruras, quem não reclama da empresa, do custo de vida, da violência, da política? Qual seria a sua reação quando, ao desabafar com alguém sobre um ou outro problema, ouvisse como resposta uma injeção de ânimo, uma projeção animada para o futuro? Certamente o peso das reclamações ficaria aliviado.

Pesquisando o tema, deparei-me com um livro que me deu excelentes lições: Palavras Positivas, Mudanças Significativas, de Hal Urban (2007). O autor nos mostra que as palavras que pronunciamos são escolhas e que elas causam importante impacto junto aos nossos interlocutores. As palavras podem ferir e ofender, mas podem curar e restaurar vidas. Os cinco capítulos que considero mais fortes do livro apontam os seguintes tópicos:


1) As palavras de alegria celebram a vida. O autor, que fez carreira como professor, costumava fazer uma sondagem junto aos alunos no início de cada aula: O que estamos celebrando hoje? – em busca de boas notícias.

2) As palavras positivas servem de estímulo aos outros e a nós mesmos. Elogios sinceros têm o poder de cativar e animar as pessoas a serem ainda melhores. Segundo John Dewey, o anseio mais profundo da natureza humana é a necessidade de se sentir importante.

3) As palavras carinhosas aprofundam e restauram relacionamentos.

4) As palavras bondosas demonstram respeito e gratidão. Tanto a cortesia quanto as expressões rudes parecem contagiosas. Quem é tratado com cortesia responde com delicadeza, quem recebe tratamento rude, responde de forma áspera.

5) As palavras engraçadas fazem bem à saúde. Confesso que este foi o capítulo que mais me fez parar para pensar. Sempre falei muito do risco da piada preconceituosa, do humor chulo, das expressões grosseiras. Mas aqui Hal Urban fala do humor que só faz bem, da simpatia e até dos efeitos benéficos do riso para a saúde. E arremata com o humor preciso e nada ofensivo de Woody Allen: Adoro rir, a não ser quando isso me faz espirrar leite pelo nariz.


 

Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.