SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Estado Islâmico (EI) anunciou nesta terça-feira (30) em um comunicado ao seus colaboradores que seu porta-voz, Abu Muhammad al-Adnani, 39, um dos líderes mais antigos e mais conhecidos da facção terrorista, foi morto em Alepo, no norte da Síria. Além de principal propagandista da facção, acredita-se que Adnani era o líder de operações do grupo e seria responsável por recrutar membros ao redor do mundo e instigá-los a realizar ataques em cidades como Paris e Bruxelas.

Segundo o comunicado, Adnani foi morto “enquanto supervisionava operações para repelir campanhas militares em Alepo”. O Estado Islâmico controla territórios na província de Alepo, mas não a cidade, onde rebeldes combatem o governo sírio. O comunicado não detalha como o líder terrorista foi morto. Avanços recentes das Forças Democráticas Sírias, uma aliança de milícias curdas e árabes apoiadas pelos Estados Unidos, e de rebeldes sírios apoiados pela Turquia em áreas controladas pelo Estado Islâmico na região de Alepo conseguiram afastar o grupo terrorista da fronteira com a Turquia e quebrar linhas de abastecimento da facção terrorista.

O governo iraquiano afirmou em janeiro que Adnani havia sido ferido em um ataque aéreo na província de Anbar. Em seguida, o terrorista teria ido para a cidade de Mosul, a capital do Estado islâmico no Iraque. Adnani nasceu na cidade de Idlib, no sudoeste de Alepo. Há mais de uma década, ele teria jurado lealdade à al Qaeda, segundo o Instituto Brookings. Ele tem sido o principal rosto do grupo islâmico ultra radical desde que declarou, em junho de 2014, o estabelecimento de um califado abrangendo grandes áreas de território que haviam sido tomadas no Iraque e na Síria. Foi por ele, por exemplo, que o Estado Islâmico mandou mensagens em maio deste ano ordenando ataques contra os Estados Unidos e Europa durante o Ramadã.