Não há crise para recuperar a saúde de Curitiba. A afirmação foi feita pelo candidato à prefeitura de Curitiba pelo PMN, Rafael Greca, na terceira noite de sabatinas do Bem Paraná e da PUCPR, na quinta-feira da semana passada. Ele disse que a gestão do atual prefeito, Gustavo Fruet (PDT), não deu certo e que há recursos suficientes para investir em saúde, o principal ponto de sua campanha. Se for eleito, Greca prometeu que não ficará de mimimi e disse que vai devolver aos curitibanos o orgulho de viver aqui. O candidato avaliou que a aliança com o PSDB do governador Beto Richa ajudará na administração da cidade.

Principal proposta
Devolver aos curitibanos o orgulho de viver aqui, devolver à prefeitura a qualidade de serviço público que a notabilizou a ponto de receber Prêmio Mundial do Habitat em 1996. Devolver à prefeitura a visão metropolitana de que a cidade é a sede de uma grande região metropolitana. Se perdermos esse horizonte, limitando rede de integração de transporte, na prestação de serviço, vamos acabar condenando o nosso entorno a uma condição de miserabilidade.

Desaparecimento obras de arte
Primeiro, me acusaram de não ter minhas contas públicas não aprovas, perderam na Justiça. Depois, me acasusaram de ter afundado a caravela dos 500 anos do Brasil e a caravela está lá, esperando um passeio. Depois me acusaram de ser da máfia do narcotráfico com a história do bingo. Daí me acusaram de ter cartão corporativo na Cohapar para usar em farras gastronômicas, nunca tive cartão corporativo na Cohapar. Agora inventaram essa histórica esdrúxula de que me apropriei de bens da Fundação Cultural de Curitiba. De fato comprei um bosque em 1995, por R$ 1 milhão, atraído pela ideia de preservar um patrimônio natural que estava ameaçado, entreguei restaurado para ser um espaço cultural na região Sul da cidade. Enquanto fui prefeito, não se notou falta de nada. Por que não apuraram na época? Esperaram 15 anos e 9 meses para me perseguir. Feio mesmo é o prefeito pegar a Guarda Municipal para fazer campana na minha casa.

O que faltou no primeiro mandato
Fiz muito mais do que sonhava e não tive direito à reeleição. Não usei as Ruas da Cidadania como gostaria, como vou fazer agora. Não usei os Faróis do Saber como gostaria de ter usado, como uma grande rede de conectividade. Quero ligá-los na energia solar. Quero fazer centro de edição de blogs com relação a bairros. Na outra gestão fiz quase tudo que imaginava, hoje sei que a prioridade é a saúde. A prefeitura investe por R$ 1,6 bilhão por ano, se colocarmos mais R$ 15 mihões, abrimos 50 leitos de UTI. Se colocarmos mais R$ 17 milhões, abrimos mais 200 leitos de descarga ou acomodação. Com isso, vamos recompondo a saúde. E depois vou fazer tudo que tenho direito e mais um pouco.

Cenário de restrição econômica e LRF
Não tenho medo, eu votei a lei de responsabilidade fiscal. Mas a prefeitura de Curitiba arrecada muito, a arrecadação do (Luciano) Ducci beirava R$ 6 bilhões, a do Fruet beira R$ 9 bilhões. Não vai ter mimimi, não vai ter desculpa. As campanhas adversárias têm inveja, desacreditam e fazem o povo pensar que é impossível. Não sou político, sou engenheiro do Ippuc, um técnico, vou fazer o possível para erguer essa cidade. Mas não preciso de 33 secretarias. E vou redefinir as funções. O Ippuc não vai ter um coordenador de obras, nem uma secretaria de planejamento. Vai ser só o presidente do Ippuc, que sempre mandou no planejamento da cidade. O plano de governo é uma meta, não uma obrigação. É pra quem é político e morre de medo de não cumprir o que promete.

Violência contra a mulher, público LBGT
A Margarita (Sansone) foi uma secretária de Ação Social pioneira no Brasil em programas de prevenção à violência contra a mulher. Abriu a primeira Pousada de Maria do Brasil. Muito antes da Lei Maria da Penha, antes do Brasil sonhar em ter a Casa da Mulher Brasileira. Minha gestão na prefeitura foi espécie de laboratório do que aconteceu nas últimas duas décadas no Brasil. Em relação ao público LBGT, fomos padrinhos de casamento do Toni Reis com seu namorado inglês. Íamos de madrugada com eles nas bocas para apoiar a campanha contra a aids.

Univeridade municipal
Essa ideia causou um escândalo. A ideia é criar um curso de pedagogia em parceria com institutições para treinar os professores municipais. Os conteúdos ajudarão o ensino a ter qualidade e evitarão que alguém engane a administração comprando um diploma de Pedagogia à distância. A ideia é assumir a formação continuada dos professores. Eu só resolvi chamar de universidade municipal.

Moradores de rua
A crise gera um risco grande sobretudo para os mais pobres. Temos que centrar a atenção no resgate social e no apoio aos mais pobres. Havia na Conselheiro Laurindo uma casa com dormitórios para públicos diferenciados, tinha até pedicure. Coordenei o albergue da Casa do Pobres São João Batista, para a Igreja Católica, por 20 anos. Eu nunca cuidei dos pobres, eu não sou São Francisco de Assis. Até porque, a primeira vez que tentei carregar um pobre, por dentro do meu carro, eu vomitei por causa do cheiro. Me ocupei muito por causa do regate social. Tem que haver triagem. Tem vítimas de drogas, traficantes, prostitutas, travestis.

Integração com a região metropolitana
As cidades têm que estar ligadas em serviço, com uma malha viária, uma rede de creches, escolas e postos de saúde. Isso deve ser organizado em consórcio. Devemos ter um serviço de saúde compartilhado. É um crime tratar uma grande cidade metropolitana como uma paróquia de interesse egocêntrico, tratar só da cidade sede. Por isso também é conveniente a minha aliança com o partido do governador.

Metrô elevado
O metrô de superfície custa 10, o elevado custa 100, o enterrado custa mil. A turma que queria fazer o metrô enterrado está presa em Pinhais. O príncipe Odebrecht está lá. Eu afundei na turfa, calculem um trem. Se puder faço aéreo, se não tiver recursos, faço de superfície com um novo modal e e nova energia. A discussão é se que energia tem que ter. Se puder quero fazer com energia solar, se não puder quero fazer com biogás. Vou requalificar o Inter 2, colocar ônibus inteligente. E vou colocar novos modais de transporte. E tudo com o orçamento atual. Claro que para o metrô precisa de recursos do governo federal ou o Bando Interamericano de Desenvolvimento. A capacidade de endividamento Curitiba não está esgotada.

Recursos para a saúde
Não há crise porque há R$ 1,6 bilhão sendo colcoados nas Upas e nos postos de saúde. Há falta de gestão e desmotivação dos funcionários, compras equivocadas de medicamentos, lentidão nas compras. É um fiasco de prefeitura que não deu certo.

Ciclovias e mobilidade
Vi uma ciclofaixa e fiquei sonhando, se cintilasse, se fosse como uma ciclofaixa alemã ou holandesa, que tem asalfato solar, quando o piá pedala, gera energia. Vamos fazer um programa de ciclovias que não ofereça os ciclistas em sacrifício aos automóveis. Fazer política de mobilidade não é pintar o chão.

Cidade inteligente
Fui o primeiro prefeito a instalar internet no Brasil. Tive que levar um rede de fibra ótica até a Pedreira Paulo Leminski. Os Faróis de Saber vão ensinar a linguagem da programação, compartilhar tecnologia e conhecimento. Vamos marcar consultas por um aplicativo de ceular. Os idosos vão aprender a linguagem do celular. A FAS (Fundação de Ação Social) vai trabalhar isso com a terceira idade. Vamos fazer uma cidade ligadona.

Aliança com PSB e PSDB
A aliança não é com o PSDB do Beto Richa, é com o PSDB do FHC, de quem fui ministro. O PSB não é só do Luciano Ducci, também é do Hamil Haddad, ex-ministro saúde, do Antonio Houaiss. Os dois partidos não me dão só tempo na TV, dão suporte técnico para governar Curitiba. Não houve nenhuma negociação, não fui ao Palácio pedir para me apoiarem. Foi a mocidade do PSDB que pediu para me apoiar, que vivia atrás de mim. Em 25 de julho vi que o Fruet não descartava o apoio de Richa. Antes eu do que ele, manda telefonar e dizer eu quero o apoio. Agora o meu partido é Curitiba.