Oito candidatos a prefeito e 1.114 a vereador disputam, no próximo domingo os votos de 1.289.215 eleitores de Curitiba, em uma eleição municipal que acabou contaminada pelas crises política e econômica que atingem o País. Os escândalos de corrupção que varreram a política brasileira nos últimos anos – derrubando a avaliação dos atuais detentores de mandato em todos os níveis – e a penúria dos cofres públicos acabaram pautando o debate, ao lado dos desafios que a cidade devem enfrentar nos próximos quatro anos. 

Candidato à reeleição, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) passou a campanha defendendo que apesar dessas crises, conseguiu manter os investimentos e os serviços públicos essenciais, e ao mesmo, a sua administração livre de denúncias de desvios. Prefeito entre 1993 e 1996, o candidato do PMN, Rafael Greca, conseguiu renascer politicamente após um período de ostracismo, apostando no saudosismo do eleitorado com o tempo em que a Capital paranaense era vista como modelo de inovação urbanística, e pregando uma volta ao futuro. Os demais candidatos: Ney Leprevost (PSD), Requião Filho (PMDB), Maria Victória (PP), Tadeu Veneri (PT), Xênia Mello (PSOL) e Ademar Pereira (PROS), investiram, cada um a seu modo, no desgaste da política tradicional para se venderem como os representantes da mudança e do novo.
Greca e Fruet travaram uma batalha pessoal desde o início da disputa. O candidato do PMN, acusando a administração do atual prefeito de paralisia. Já o pedetista explorou o apoio do PSDB do governador Beto Richa ao adversário, tentando atrair para Greca o desgaste da gestão tucana no plano estadual, principalmente em relação ao episódio do confronto com os professores, de 29 de abril, no Centro Cívico. Greca se defendeu afirmando não ter compromisso com o erro alheio e dizendo que o apoio era do PSDB e não do governador, e manteve Richa fora de sua campanha.
Polêmicas – Com uma campanha curta e de poucos recursos por causa da proibição de doações de empresas, o confronto se acirrou no final. Fruet explorou as suspeitas sobre obras de arte do município desaparecidas quando Greca era prefeito, abrindo uma sindicância e desafiando o opositor a abrir sua chácara para a investigação. O candidato do PMN reagiu, negando ter obras da prefeitura e acusando o pedetista de usar guardas municipais – presos em frente à propriedade – para tentar armar um falso flagrante contra ele.
Na última semana, Fruet também explorou na propaganda eleitoral e nos debates as declarações polêmicas de Greca na sabatina PUC/Bem Paraná em que ele relatou ter vomitado ao tentar socorrer um morador de rua em seu carro por causa do cheiro. O candidato do PMN acusou o prefeito de tirar as declarações do contexto para acusá-lo de não gostar de pobres.