Os efeitos da crise econĂ´mica repercutem e um dos setores mais afetados em Curitiba Ă© o dos bares e restaurantes, que neste ano acumulam queda mĂ©dia de 30% no movimento. Segundo estimativa da AssociaĂ§Ă£o Brasileira de Bares e Restaurante seccional ParanĂ¡ (Abrasel-PR), o movimento no perĂodo noturno foi o mais afetado, com queda de 30%. No horĂ¡rio de almoço, a reduĂ§Ă£o foi de 20%.Â
Mas as notĂcias ruins nĂ£o param por aĂ. AlĂ©m da reduĂ§Ă£o no movimento houve tambĂ©m uma forte queda no ticket mĂ©dio. Quem antes gastava R$ 60 no almoço, por exemplo, agora gasta R$ 35. JĂ¡ quem gastava R$ 35 hoje estĂ¡ gastando algo em torno de R$ 30.
De acordo com Luciano Bartolomeu, diretor-executivo da Abrasel-PR, todos esses Ăndices apontam para uma mudança de comportamento dos clientes. O poder aquisitivo das pessoas caiu, Ă© isso que vemos. Quem pedia vinho mais caro estĂ¡ pedindo vinho mais barato, quem pedia prato mais caro estĂ¡ pedindo mais barato. EntĂ£o, estamos vivendo uma nova realidade, um novo comportamento do pĂºblico, afirma.
Um dos reflexos negativos dessa mudança de comportamento Ă© o fechamento de muitos estabelecimentos, a maioria dos quais jĂ¡ estavam com problemas desde 2014 e que com o agravamento da crise neste ano acabaram fechando as portas.
EstĂ¡ havendo uma adequaĂ§Ă£o do mercado, porque os estabelecimentos fecham e os clientes migram. As pessoas, infelizmente, ficaram mais pobres, sentimos isso. O Brasil estĂ¡ mais pobre. EntĂ£o as pessoas vĂ£o se adequar, procurar restaurante que ofereça cardĂ¡pio com preços menores, explica.
Uma pesquisa divulgada no começo desta semana pela Abrasel indica que a crise no setor deve resistir por mais alguns meses, avançando por 2017. Segundo a associaĂ§Ă£o, o quadro negativo para as empresas e os empregos deverĂ¡ se manter atĂ© abril de 2017, ano em que o faturamento bruto do setor deverĂ¡ ter alta real de 2%, primeira expansĂ£o apĂ³s dois anos de desempenho fraco. Estamos começando do zero com essa nova realidade. EntĂ£o vai melhorar, mas Ă© muito lento, afirma Luciano Bartolomeu.