Falar em público é um dos maiores medos do ser humano. Todas as pesquisas sobre o assunto apontam que mais de 70% das pessoas têm medo de falar em público. Bem, vamos ser sinceros… Talvez este número ainda esteja tímido, porque praticamente todo mundo tem medo de falar em público. Quem não se sente intimidado ao estar na frente de um público, sendo observado por várias pessoas?

O medo é extremamente natural e, acredite, pode ser até positivo, ajudar a melhorar a performance do orador. Uma pequena carga de estresse é motivadora e desafiadora, além de auxiliar o orador a manter-se concentrado. O contrário desse medo seria aquela situação em que a pessoa está tão a vontade para falar que se torna desleixada: não se preocupa em pesquisar novidades do assunto, não se prepara (na hora sai…), não cuida da aparência nem da postura. Este, sim, pode ser um grande problema. Afinal, o excesso de autoconfiança é o primeiro passo para o fracasso. Mas aquela pequena quantidade de medo ou nervosismo não atrapalha.

É claro que existem exceções, pessoas que travam quando vão falar em público e que não conseguem prosseguir. Algumas disparam a falar rapidamente todas as informações, num ritmo frenético, dando a impressão de que querem que aquele momento horrível acabe logo. Algumas começam a suar frio, ficam com a respiração curta, a boca seca e não conseguem pronunciar direito as palavras. Outras, sem perceber, exageram nos cacoetes, gestos repetitivos, vícios de linguagem, coçam a cabeça e olham para o nada. Quando o nervosismo provoca essas reações, a pessoa deve buscar ajuda.

Cursos de oratória, terapia com um fonoaudiólogo e análise com um psicoterapeuta são recomendáveis, mas uma autoanálise pode ser um bom início. Comece por perceber como anda a sua respiração. Normalmente o adulto, quase sempre estressado e com pressa, encurta a respiração e deixa de mandar o ar para o abdômen (como é a respiração natural, dos bebês). O resgate da respiração natural é o ponto de partida para o controle da ansiedade e do nervosismo. Quando estamos nervosos, respiramos mais rapidamente, acelerando ainda mais a pulsação, num círculo vicioso que pode ser interrompido, conscientemente, com a respiração correta, lenta e profunda.

Controlada a respiração, é bem possível que o nervosismo também esteja domado. E a dose extra de segurança, somada ao chamado estresse positivo, vai ajudar o orador a fazer uma boa explanação.

Baseado no livro Etiqueta Social e Empresarial, de Adriane Werner – editora Intersaberes

Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.