TÁSSIA KASTNER
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Santander registrou lucro líquido de R$ 1,884 bilhão no terceiro trimestre do ano, alta de 4,3% em comparação com o trimestre anterior e de 10,3% em relação ao mesmo período de 2015.
O banco viu suas receitas de crédito e com tarifas crescerem no período, amenizando parte das despesas com inadimplência, que vêm reduzindo o lucro dos bancos brasileiros. O Santander é o primeiro banco a divulgar os resultados do período de julho a setembro.
A margem financeira bruta alcançou R$ 8,267 bilhões, alta de 5,9% em relação ao segundo trimestre. Já as receitas com prestação de serviços e tarifas avançaram 3,3% do segundo para o terceiro trimestre, atingindo R$ 3,437 bilhões. Na comparação com o período encerrado em setembro do ano passado, o crescimento foi de 17,8%.
Só as receitas com serviços de conta corrente cresceram 7,1% em três meses, para R$ 673 milhões. As receitas com cartões avançaram 8% de julho a setembro, para R$ 1,033 bilhão.
A carteira de crédito do Santander encolheu 5,6% em 12 meses, para R$ 247,3 bilhões. O resultado ruim foi atribuído à variação cambial.
O Santander voltou a expandir a oferta de crédito para pessoa física, mas focado nas linhas de consignado, financiamento imobiliário e cartão de crédito. Os bancos brasileiros vêm recorrendo ao consignado e ao financiamento imobiliário, linhas com garantia, para manter a oferta de crédito durante o período de crise.
A carteira total de pessoa física somava R$ 88,44 bilhões em setembro, alta de 6,8% em um ano e de 1,9% na comparação com o segundo trimestre.
Na contramão, os empréstimos a pessoa jurídica, que alcançaram R$ 125,016 bilhões, encolheram 13,9% em um ano e 0,4% na comparação com o segundo trimestre de 2016. O tombo foi de 15% nas concessões a grandes empresas e de 10% para pequenas e médias empresas.
INADIMPLÊNCIA
O índice de inadimplência acima de 90 dias alcançou 3,5% em setembro, alta em relação aos 3,2% que o banco vinha mantendo há um ano.
O resultado foi puxado pelo segmento de pessoa jurídica, que saltou de 2,2% para 2,8%, reflexo do calote de uma única empresa. Todos os grandes bancos têm registrado aumento da inadimplência e provisão contra calotes devido ao pedido de recuperação judicial da Sete Brasil.
Já os calotes do segmento pessoa física recuaram para 4,3%, queda em relação aos 4,4% de junho e aos 4,6% registrados em setembro do ano passado.
A despesa com provisão contra calotes alcançou R$ 2,84 bilhões, acima dos R$ 2,5 bilhões do terceiro trimestre (crescimento de 12%) e também maior que os R$ 2,45 bilhões apurados no terceiro trimestre do ano passado.
A cobertura da carteira atingiu 198,1% em setembro, crescimento de 13 pontos percentuais em 12 meses, mas queda de 11,2 pontos quando comparado a junho. O banco justificou que o impacto foi de uma única empresa que foi incluída como em atraso acima de 90 dias.