O governo do Estado reabriu nesta quarta-feira (26) as negociações com o Fórum das Entidades Sindicais (FES) dos servidores públicos, que haviam sido suspensas depois que professores e funcionários de escolas rejeitaram, no sábado, proposta de acordo para o fim da greve da categoria. Em reunião com integrantes do Fórum no Palácio Iguaçu, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), reafirmou que qualquer avanço no diálogo sobre o pagamento do reajuste salarial inicialmente previsto para janeiro de 2017, e as promoções e progressões em atraso depende da suspensão das paralisações das categorias em greve, como os servidores do magistério e policiais civis. Com isso, os sindicatos devem promover novas assembleias para decidir se voltam ao trabalho em troca de novas rodadas de negociação para tentar encontrar uma saída para o impasse.

Rossoni voltou a afirmar que o governo não tem como pagar ao mesmo tempo a reposição da inflação de 2016, ao custo de R$ 2,1 bilhões, e as promoções em atraso, que representariam uma despesa adicional de R$ 1,4 bilhão. Houve consenso. Estamos estabelecendo um novo calendário de negociações e esperamos que as greves sejam encerradas o mais breve possível, disse Rossoni.

Em nota após a reunião, o chefe da Casa Civil disse que o governo reafirma a disposição de discutir com os sindicatos dos servidores (…) a data-base e a implantação das promoções e progressões tendo como parâmetro, os R$ 1,4 bilhão previstos na proposta de Orçamento para o ano que vem dentro de um cronograma de negociação para a discussão de alternativas, antes da votação na Assembleia Legislativa. E que o reajuste do auxílio-transporte e a equiparação do salário dos funcionários ao piso regional também serão incluídos na pauta de discussão

Condição

Foi feito um entendimento para abrir uma mesa de negociação que busque uma alternativa para conciliar o pagamento do reajuste e das promoções, dentro da limitação orçamentária, que é de R$ 1,4 bilhão. Condicionada à suspensão da greve, explicou o líder da bancada do governo na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB), que também participou do encontro.

Parcelamento

Os representantes dos servidores, por sua vez, reafirmaram que o funcionalismo não abre mão da data-base. Em conversas com os deputados do bloco independente e de oposição, eles admitiram informalmente a possibilidade de aceitar um parcelamento do pagamento do reajuste. Uma das alternativas cogitadas é de que parte do reajuste seja pago em janeiro, e a outra parte em maio do ano que vem.

No último sábado, professores e funcionários de escolas rejeitaram a proposta do governo de retirada das emendas que previam a suspensão do reajuste por tempo indeterminado em troca do fim da greve da categoria. A decisão contrariou recomendação do comando de greve,. O acordo foi rejeitado por 724 votos a 719, ou apenas cinco votos de diferença.

Governador anuncia antecipação de pagamento do funcionalismo
O governador Beto Richa determinou ontem que o pagamento dos vencimentos dos servidores públicos estaduais relativos ao mês de outubro seja antecipado para sexta-feira. Desta forma, o crédito de aproximadamente R$ 1,6 bilhão, que seria feito apenas na segunda-feira, será antecipado em três dias.

A determinação do governador é que se faça essa antecipação como uma homenagem pelo Dia do Servidor Público, que se comemora neste 28 de outubro, disse a secretária em exercício da Administração e da Previdência, Márcia Carla Pereira Ribeiro.