GUSTAVO URIBE, DIMMI AMORA E MAELI PRADO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Sob críticas de centrais sindicais e entidades trabalhistas, o presidente Michel Temer fez uma defesa enfática nesta terça-feira (8) da reforma previdenciária que deve ser enviada ao Congresso Nacional no mês de dezembro. Segundo ele, é necessário “colocar o dedo na ferida” e reduzir o atual deficit previdenciário que, segundo ele, pode gerar um “desastre no país”. “Nós temos de pôr o dedo nesta ferida. Neste ano, teremos quase R$ 150 bilhões de deficit da Previdência Social e os Estados estão praticamente quebrados”, afirmou. O presidente ressaltou, contudo, que a intenção do Palácio do Planalto não é perseguir aposentados, mas evitar que o deficit previdenciário chegue ao valor do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024. Para ele, a reforma previdenciária é “quase uma consequência” da proposta do teto de gastos públicos, aprovada pela Câmara dos Deputados. O presidente participou nesta terça-feira (8) do seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil, promovido pelo jornal “Valor Econômico” e pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). DESTRUIR No discurso, o peemedebista fez críticas ainda ao discurso dos partidos de oposição contra a proposta do teto de gastos públicos, que tramita atualmente no Senado Federal. Segundo ele, a “pregação” feita é que o governo federal pretende “acabar com os trabalhadores” e “destruir o setor da saúde e da educação” “Como se a nossa tarefa, ao chegar no governo federal, fosse destruir o setor da saúde e da educação. Acabar com os trabalhadores. Essa é a pregação que se faz”, criticou. O peemedebista negou que que as duas áreas sofrerão impacto orçamentário. Ele reconheceu, contudo, que alguns setores “terão alguma dificuldade”. “Não é um teto para saúde ou um teto para a educação, mas um teto geral. Então, remaneja-se de um setor para o outro. Evidentemente, alguns setores terão algumas dificuldades, mas elas estabelecerão um bloqueios para setores fundamentais ao país.”, afirmou.