O dia 17 de novembro é conhecido como o Dia Mundial da Prematuridade. A data foi instituída pela Lei 18462, que entrou em vigor no dia 27 de abril de 2015, com apoio da Sociedade Paranaense de Pediatria.
O tema é de extrema importância, uma vez que dados da Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que, todos os anos, cerca de 15 milhões de crianças nascem antes de completar 37 semanas de gestação no mundo.
Além disso, um estudo chamado “Prematuridade e suas possíveis causas”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), aponta que a prevalência de partos de crianças prematuras no Brasil chega a 11,7%, nos colocando na décima posição entre os países onde mais nascem bebês prematuros.
Estes números merecem devida atenção.
Embora os avanços tecnológicos e científicos recentes tenham aumentado as chances de sobrevida dos prematuros, o acompanhamento adequado dos bebês após a alta da UTI e o trabalho de prevenção da prematuridade ainda precisam ser intensificados.
Ainda é necessário difundir a relevância de um pré-natal bem feito, fator que pode contribuir para diminuirmos estas estatísticas apontadas acima. Além disso, manter hábitos saudáveis é fundamental para quem quer evitar parto prematuro. Entretanto, muitas vezes, por questões que não são inerentes aos cuidados da mãe, o bebê nasce prematuro.
Aqui, um ponto que merece destaque é que sim, atualmente, as crianças sobrevivem mais e têm uma boa evolução de desenvolvimento com menos sequelas, como o uso de surfactante por administração pulmonar (para melhorar a capacidade respiratória do bebê), avanços para a nutrição adequada à idade da criança, controle mais efetivo de infecções e estratégias para diminuição da retinopatia da prematuridade (patologia que afeta o desenvolvimento da visão).
Além da ajuda no próprio hospital com médicos e enfermeiros especialistas, vale ressaltar também a importância significativa na vida destes bebês do acompanhamento por uma equipe multiprofissional como pediatra, neurologista pediátrico, um pneumologista, um oftalmologista, um fisioterapeuta, um fonoaudiólogo, entre outros, que irão trabalhar juntamente para que a experiência da prematuridade seja a menos traumática possível.
É preciso lembrar também que os cuidados para com bebês prematuros não terminam com a alta hospitalar. Eles precisam sim de um acompanhamento constante, depois da saída do hospital. Desta forma, conseguimos acompanhar todo o desenvolvimento do bebê que, se tiver alguma alteração, poderá ser detectada e tratada o mais rápido possível.
Atenção: pais e mães também merecem devido cuidado nesta situação. Aprender a lidar com o estresse dessa experiência não é fácil e, muitas vezes, faz-se necessário solicitar respaldo profissional. Buscar ajuda não é motivo para vergonha.
A maior lição a ser aprendida nestes casos é saber que, tendo os cuidados necessários e buscando apoio médico, toda esta experiência se tornará uma lembrança, afinal, cada caso de superação de vida de um bebê prematuro, é um exemplo de determinação, de força e resiliência.

Gislayne Souza Nieto é chefe da UTI Neonatal do Hospital e Maternidade Santa Brígida e coautora de um manual a ser lançado com orientações de alta para os pais de prematuros, elaborado em parceria com a Sociedade Paranaense e Brasileira de Pediatria.