Final de ano é sinônimo de lucro para o comércio em geral. Mas quem lucra nesta época não são apenas as empresas legais, que pagam os impostos ao Estado e vendem produtos de qualidade comprovada, mas também o comércio pirata que, se aproveitando do momento de crise econômica (com um maior número de consumidores buscando preços menores, mesmo que em detrimento da qualidade), visa obter lucros ainda maiores. Amanhã, é o Dia Nacional de Combate a Pirataria.

Segundo José Henrique Werner, diretor jurídico da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), todas as indústrias já envolvidas com a falsificação de produtos aproveitam a época de final de ano para produzir e lucrar mais. A arrecadação é fácil para eles, porque não pagam os devidos impostos, não gastam com propaganda e desenvolvimento de produtos. Então eles simplesmente produzem mais para lucrar muito mais dinheiro, aponta Werner.
O Paraná, inclusive, é um dos destaques nacionais quando o assunto é pirataria, emergindo no cenário nacional como uma das principais portas de entrada (caso dos produtos paraguaios e chineses), um dos maiores consumidores e até mesmo um dos principais produtores de produtos falsificados.

De acordo com a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), no ano de 2015, o último com dados disponíveis, o Paraná apareceu como o segundo maior mercado consumidor de produtos piratas do país, atrás apenas de São Paulo. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia, nessa ordem, completam os cinco primeiros.
Além de ser um dos destinos finais preferidos pelos bandidos, o Paraná também é das principais portas de entradas de produtos falsos, que costumam entrar no país de duas maneiras — através dos portos, por onde chegam produtos vindos da Ásia, e via Paraguai.
No caso da primeira via, temos o porto de Paranaguá, no litoral paranaense, em segundo lugar, atrás apenas do Porto de Santos (SP) e a frente do porto de Itajaí (SC). Já no caso dos produtos que vem pelo Paraguai inundar o mercado brasileiro, as principais entradas são os estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul, principalmente.
Mas além de porta de entrada e grande consumidor de produtos falsificados, o Paraná também se destaca na produção de piratas. É que ao contrário do que muitos podem imaginar, diveros produtos falsificados também são feitos dentro do país. E no Paraná os grandes destaques são a produção de roupas falsas e autopeças.

 

Principais produtos pirateados

Cigarros e charutos contrabandeados

40,4%

Autopeças

10,1%

Bebidas

8,7%

Máquinas, ferramentas e rolamentos industriais

4%

Produtos de limpeza e higiene

2,4%

Roupas e bolsas

2,1%

Freezers e geladeiras

0,8%

Materiais cirúrgicos e/ou hospitalares

0,4%

Outros

31,1%